Pesquisa aponta que investimentos em inovação cresceram no Brasil no último ano.
Por CIMM
07/11/2012
Uma pesquisa divulgada na semana passada aponta que os investimentos em inovação cresceram no Brasil. A 8ª edição do estudo Global Innovation 1000 de 2012, desenvolvida pela consultoria Booz & Company, destaca que o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no País cresceu de R$ 4 bilhões (US$ 2,4 bilhões), em 2010, para R$ 6,2 bilhões (US$ 3,7 bilhões), em 2011. No mundo, os investimentos alcançaram os US$ 603 bilhões no ano passado, representando um crescimento de 9,6% ante 2010, ano que totalizou US$ 550 bilhões.
O gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson de Oliveira Gomes, afirma que o Senai, em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), está investindo em projetos que reforcem a "musculatura de inovação no Brasil".
Esses projetos contam com o aporte do BNDES, com empréstimos que totalizam R$ 1,5 bilhão, e por parte das próprias indústrias e CNI, que devem desembolsar quase R$ 1 bilhão. Dentro desse sistema, serão criados 23 institutos de tecnologia em todo País.
Outro projeto englobado pelo sistema é o Edital Senai Sesi de Inovação, voltado às pequenas empresas. O objetivo do Edital é apoiar projetos de pesquisa aplicada em empresas do setor industrial com ênfase em inovação tecnológica e social. Serão destinados R$ 27,5 milhões para os 105 projetos já selecionados. o edital prevê a possibilidade de envolver profissionais do Senai e do Sesi com custos compartilhados e o apoio técnico especializado por meio de bolsas do CNPq para execução do projeto. Desde 2004, já foram aprovados 307 projetos.
"Esse Edital é uma prova de conceito para ter um termômetro. Na verdade, não importa a temática do projeto, importa a sistemática, o método que será utilizado", argumenta Gomes. Ele defende que o Edital financia sobretudo a empresa, já que a mesma deve, obrigatoriamente, desenvolver plano de negócio e técnicas de design. "O Edital promove o fortalecimento da empresa, afinal inovação não pode se resumir a um produto, é todo um sistema", comenta.
Obstáculos
Porém, o Brasil ainda tem muito a avançar. Segundo o gerente-executivo, um dos problemas é que as grandes empresas brasileiras, que possuem centros de P&D, muitas vezes cooperam e realizam testes fora do País. "Assim todo o conhecimento também fica no exterior. Já nas pequenas indústrias, a estrutura é pífia e elas têm que fazer o experimento na hora, pois não têm muito tempo disponível", explica Gomes.
Mas algumas empresas sobrevivem graças às inovações constantes. Uma delas é a Pollux Aumotation, que atua há mais de 15 anos no setor de automação industrial. "Fazemos inovação praticamente todos os dias. Vamos dentro da indústria, analisamos e buscamos desafios e soluções", define o diretor-presidente da Pollux, José Rizzo Hahn Filho.
Um grande salto da empresa foi dado em 2007, quando em parceria com o Senai,desenvolveu um protótipo de robô que simula a visão humana para processar imagens e identificar produtos com defeito na linha de produção, garantindo uma inspeção de 100% e reduzindo o tempo de verificação e preservando a atividade humana. o protótipo custou cerca de R$ 150 mil e, em 2008, a Pollux já começou a comercializar o produto para a indústria, principalmente automotiva.
"Unimos duas tecnologias que até então eram separadas, os robôs e o sistema de visão. os robôs eram programados e trabalhavam dentro de uma mesma posição. Então unimos eles a um sistema de visão com um software", explica Hahn Filho. A vantagem, segundo o diretor-presidente, é que para um fabricante de motores, por exemplo, que tem vários pontos e quer analisar se não há nenhum problema com a peça, o robô pode posicionar a câmera em todas as esferas.
As expectativas da Pollux para o futuro são ainda melhores. Hahn Filho acredita que nos próximos três anos, com o Inovar-Auto e a exigência de nacionalização da indústria automotiva, a empresa cresça ainda mais.
Ele argumenta que o investimento da indústria brasileira em automação passa por mudanças. Antes não era vantagem ter um robô no lugar de um trabalhador, porém atualmente o custo da mão de obra na indústria é cada vez mais alto. "Nos últimos 10 anos, houve um aumento de três vezes na mão de obra industrial e isso não reflete em produtividade. Porém, há um longo caminho pela frente. No Japão e nos Estados Unidos há um robô para cada 10 trabalhadores nas fábricas, no Brasil, esse número é de um robô para cada mil", avalia.
Para saber mais sobre o sistema de visão em robôs da Pollux Automation, assista ao vídeo abaixo:
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