Os novos projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos que estão sendo preparados pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) podem precisar de mão de obra estrangeira. Depois de se reunir com empresários ligados ao setor ontem (13) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, disse que em função da escassez da mão de obra qualificada no Brasil há possibilidade de que sejam procurados técnicos e engenheiros na Europa para que as obras não sofram atrasos.
"Lá, há técnicos subutilizados em função da crise. Podemos usar essa oportunidade. Temos um problema de mão de obra disponível e isso viria no esforço do país de criar contingente de profissionais qualificados", afirmou. Como exemplo, ele citou a estrutura da empresa similar à EPL existente na França. "Temos, hoje, 50 pessoas. Na EPL francesa são cerca de 3 mil engenheiros colaboradores", disse. Os engenheiros que viriam para o Brasil ainda poderiam ajudar a qualificar a mão de obra nacional, acredita Figueiredo.
Além disso, ele voltou a afirmar que o pacote de concessão de portos e aeroportos sairá até o fim deste mês. "A determinação da presidente Dilma é a de ouvir todos os segmentos para formar esse novo modelo. Estamos em fase de discussão interna do programa."
Recentemente, Figueiredo afirmou que a prioridade do pacote de portos é gerar capacidade para atender a demanda até 2030. Em agosto, ele visitou pessoalmente três portos europeus para conhecer seus modelos de gestão: Roterdã (Holanda), Antuérpia (Bélgica) e Hamburgo (Alemanha).
De acordo com o presidente da empresa, a equipe do governo quer reduzir o intervalo de tempo entre a confecção dos projetos e o início, de fato, das obras. Ele disse que os projetos que serão desenhados pela EPL trarão prazo mais curto neste sentido. "Hoje em dia, demora-se dois anos entre estudo do projeto e a abertura da licitação, em média. Esperamos que com esse trabalho novo, quando os projetos tiverem autorização para serem executados, já estarão prontos."
Figueiredo também reafirmou que todas as concessões previstas pelo governo para rodovias e ferrovias sairão até o fim de 2013. As primeiras começarão a sair no primeiro semestre.
Por Rodrigo Pedroso/ Valor Econômico