Santa Catarina será polo brasileiro de tecnologia a laser

Iniciativa do Sistema Fiesc, a ser implantada na Grande Florianópolis, transformará SC em polo de tecnologia a laser, área em que o Brasil importa 95% do que utiliza

Representantes de indústrias catarinenses e de outros Estados brasileiros apresentaram, nesta segunda-feira (27), as demandas que têm em relação às tecnologias a laser.

O encontro foi mais um passo na construção do projeto do Instituto Senai de Inovação (ISI) que o Sistema FIESC e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) implantarão na Grande Florianópolis e que, a partir de sua inauguração, em 2014, transformará Santa Catarina no polo brasileiro de tecnologia a laser.
 
"Hoje, 95% da tecnologia a laser utilizada no Brasil é importada, o que significa que temos um grande espaço de crescimento", afirma Carlos Alberto Schuch Bork, especialista em desenvolvimento industrial do SENAI Nacional. Ele explica que alguns setores, como os de equipamentos para a exploração do pré-sal, indústria hospitalar, indústria de defesa e automotiva e aeronáutica, têm elevado potencial de atendimento, embora saliente que todos os segmentos econômicos apresentem demandas relacionadas às novas tecnologias.
 
Potenciais usuárias dos serviços do futuro ISI, as empresas participantes do encontro desta segunda-feira (27) apresentaram mais de uma centena de aplicações, que agora passam a ser analisadas pela perspectiva de suas potencialidades e viabilidade e podem compor as plataformas tecnológicas do novo ISI.
 
O próximo passo para a elaboração do projeto ocorre nos próximos dias 30 e 31 de agosto com a presença de profissionais do Instituto Fraunhofer, de Berlim-Alemanha, parceiro do projeto. Os técnicos alemães participarão da elaboração do Plano de Negócios do ISI, utilizando como base as demandas identificadas neste encontro.
 
O Tecnologia a Laser é um dos 23 institutos de inovação que o SENAI implantará em todo o país nos próximos anos, atendendo a oito áreas do conhecimento - produção, materiais e componentes, engenharia de superfícies e fotônica, microeletrônica, tecnologia da comunicação e da informação, tecnologias construtivas, energia e defesa. Santa Catarina receberá mais um deles, na área de Segurança Integrada, a ser instalado em Florianópolis. Além dos institutos da Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, a implantação dos ISI tem o apoio do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla inglesa), dos Estados Unidos.
 
Além dos ISI, o SENAI implantará mais 60 institutos de tecnologia - oito dos quais em Santa Catarina. "Os ISI são voltados a áreas transversais da economia, têm foco em pesquisa aplicada e são referência em âmbito nacional. Já os IST são orientados para setores industriais específicos e atuarão com consultorias e serviços laboratoriais de tecnologias desenvolvidas nos institutos de inovação", explica Bork.
 
Robert Banfield, da Mahle, indústria de filtros e componentes para motores automotivos, observa que existe uma grande expectativa no setor para a "redução de consumo de combustível e emissão de poluentes. O desafio do setor é obter melhor desempenho dos componentes do motor - redução de atrito e durabilidade".
 
Atuando há mais de 30 anos no desenvolvimento de tecnologias a laser, o professor Rudimar Riva, do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) da Aeronáutica observa que a atividade ficou estagnada a partir dos anos de 1980 e 1990. "Houve um descompasso entre o desenvolvimento que era feito na academia e as necessidades industriais", afirma.