Engenheiros utilizam cortiça em compósitos aeroespaciais

Engenheiros americanos descobrem que a cortiça aumenta o amortecimento dos compósitos em 250%

Em um artigo publicado na revista científica Nature, engenheiros do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, afirmam que a cortiça melhora os compósitos aeroespaciais. O material natural aumenta o amortecimento dos compósitos em 250%, o que significa mais durabilidade do material. 

De acordo com os autores, a transição do uso da espuma sintética para o uso da cortiça natural pode proporcionar melhorias na performance acústica e na vibração em cabines de avião e turbinas eólicas, por exemplo. Além disso, a cortiça é um material ecológico, afinal seu processo de extração é natural e renovável, o que reduz as emissões de carbono. 
 
Os engenheiros explicam que nas estruturas aeroespaciais, é comum a utilização de "sanduíches", que são estruturas em camadas, misturando fibras e espumas sintéticas, porém essas espumas não tem um bom isolamento acústico. Para solucionar o problema, utiliza-se uma camada de 10cm a 15cm de fibra de vidro nas paredes do avião, no entanto esta solução aumenta o peso da aeronave e diminui o espaço interno. 
 
"A cortiça tem propriedades intrigantes incluindo elasticidade não-linear, alta compressibilidade e capacidade incomum de recuperação  dimensional, o que resulta em excelente desempenho de absorção de energia", explica  Jonghwan Suhr, um dos pesquisadores. A cortiça também tem como propriedades bom isolamento térmico e impermeabilidade a gases e líquidos. Essas características, segundo os engenheiros, fazem da cortiça o material ideal na fabricação de aviões e equipamentos aeroespaciais. 
 
De acordo com os estudos realizados, os valores de condutividade térmica, o coeficiente de expansão térmica e os valores de calor específico são semelhantes para o aglomerado de cortiça e o de espuma sintética, geralmente usado ​​em materiais compósitos aeroespaciais. Estudos também mostraram que o aglomerado de cortiça pode resistir a temperaturas de até 200°C com perda de massa mínima, de até 6%. 
 
Nos estudos foram comparadas as espumas de cortiça e espumas Rohacell. Os engenheiros dizem que além das vantagens mecânicas, a cortiça custa 10% do valor que seria gasto com a espuma sintética.
 
A tecnologia já está sendo negociada com uma empresa fabricante de isolamentos acústicos e térmicos de Portugal.

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