Mercado interno de aço deve melhorar ainda em 2012, diz CSN

A Companhia teve prejuízo de R$ 1 bilhão no último trimestre devido, principalmente, à alta da importação e problemas operacionais

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) espera melhoria no mercado de aço plano no país a partir deste semestre, depois de perder vendas no segundo trimestre no mercado doméstico, informou Luiz Fernando Martinez, diretor-executivo comercial da empresa em teleconferência com analistas. Ontem, 14, a empresa divulgou balanço do segundo trimestre que trouxe prejuízo de R$ 1 bilhão.

Segundo Martinez, a empresa foi ainda afetada pelas importações de aço, em especial em material de alto valor agregado, como os revestidos, usados em linha branca, automóveis e construção civil. “Houve crescimento na entrada de importados de 5% no primeiro semestre comparado a igual período de 2011.”
 
Além de potenciais ajustes de preços, em fase de avaliação, a empresa vislumbra ganhos nos custos de produção. Segundo o executivo, as cotações do carvão vêm baixando desde o início do ano. “A tonelada valia US$ 248 no primeiro trimestre, caiu para US$ 190 no segundo e já é negociada abaixo de US$ 180.”
 
Outra preocupação é a retração nos preços do aço praticados na China, cuja tonelada de laminado a quente, referência do mercado, caiu para US$ 530 a tonelada. “Corremos risco de nova enxurrada de importações”, alertou.
 
O executivo disse esperar expressiva melhoria neste semestre devido aos efeitos das medidas do governo para o setor automotivo e de novos anúncios a serem feitos nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff em vários setores, estimulando o consumo em áreas como da construção civil e obras de infraestrutura.
 
A CSN informou que a produção e as vendas de minério de ferro da companhia, que respondem por quase um terço de sua receita líquida, começaram a voltar à normalidade em junho, depois de problemas operacionais causados por chuvas intensas em fevereiro e março.
 
Por conta disso, a empresa apresentou queda de 10% nos volumes embarcados no segundo trimestre, para 6 milhões de toneladas, ante 6,7 milhões um ano atrás.
 
“Já estamos operando desde julho dentro do ritmo mensal orçado”, afirmou Daniel dos Santos, diretor de mineração da empresa. Segundo ele, o volume previsto para o ano, revisto com os problemas, ficará em linha com o montante de 2011 – na casa de 29 milhões de toneladas.
 
Ele disse que os preços no mercado spot chinês estão caminhando para um piso-limite que forçara o fechamento de minas locais diante de seus elevados custos. Assim, diz, as usinas chinesas vão continuar importando, mesmo com uma prevista desaceleração na produção local de aço.
 
A CSN prevê concluir até o fim do ano as obras de expansão do porto de Sepetiba, litoral do Rio, por onde é exportado o minério. O terminal vai alcançar a capacidade de embarque de 45 milhões de toneladas. Sobre as fases seguintes, Daniel dos Santos informou que em 2014 a previsão é chegar a 60 milhões de toneladas e dois anos depois a 84 milhões de toneladas.
Para atingir essas metas, a empresa estima investimento adicional de R$ 2,8 bilhões até 2016.
 
Por Ivo Ribeiro/ Valor Econômico
 

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