O balanço das importações e exportações de máquinas e implementos para a agricultura nos primeiros cinco meses de 2012 confirma uma tendência de desaceleração forte nas vendas externas, acompanhada de um avanço expressivo na entrada de produto importado. O acumulado de janeiro a maio de 2012 indica um crescimento de apenas 0,7% nas exportações do segmento em relação ao mesmo período de 2011, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Já as exportações, cresceram 66,5% no mesmo período.
Para Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Abimaq, esse quadro é resultado de antigo problema enfrentado pelo segmento: a baixa competitividade do produto brasileiro, decorrente de uma elevada carga tributária e da defasagem cambial que, apesar dos recentes ajustes, ainda castiga o fabricante nacional. “Nossa desvantagem competitiva em relação aos fabricantes internacionais ainda está na faixa dos 40%, o que faz com que, a cada ano, se importe mais e se exporte menos”, diz Casale, acrescentando ser necessária e urgente uma ampla desoneração do segmento.
Para se ter uma ideia exata da expressiva redução ocorrida no ritmo das exportações brasileiras, basta acompanhar a involução ao longo deste ano. Em janeiro, as exportações de máquinas e implementos cresceram 36,4% sobre igual período de 2011. Desde então, vem crescendo menos mês a mês: teve expansão de 25,1% no primeiro bimestre; de 10,2% no trimestre, chegando a uma evolução de apenas 4,7% no período janeiro a abril, até atingir 0,7% do período janeiro a maio.
Já do lado das importações, a curva foi sempre crescente no decorrer dos primeiros cinco meses. Ainda de acordo com as estatísticas da Abimaq, em janeiro, as importações de implementos e máquinas agrícolas subiram 49,4%; aumentando em 58,6% no acumulado do primeiro bimestre; alcançando o pico nos primeiros três meses do ano, com evolução de impressionantes 95,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A forte expansão continuou no acumulado de janeiro a abril, que fechou com avanço de 81,2%, chegando a 66,5% de aumento nos cinco primeiros meses.