A Jumil, empresa de implementos agrícolas com base em Batatais, interior paulista, tem planos de continuar crescendo e aumentar a exportação nos próximos anos. Em um mercado pulverizado, a companhia brasileira que ainda não vê possibilidade de abertura de capital, prevê um faturamento de 15% a 20% maior em 2012 em relação aos R$ 193 milhões apurados em 2011.
O crescimento é creditado à demanda ainda muito aquecida por implementos este ano, principalmente em regiões que não sofreram com o clima, como o Centro-Oeste. De acordo com Rubens Dias de Morais, presidente do Conselho de Administração da Jumil, embora o cenário não tenha sido tão favorável à agricultura como nos primeiros meses do ano devido ao câmbio e à queda nos preços das commodities agrícolas, ele ainda pode ser considerado positivo. Morais reafirma que o agricultor aprendeu a renovar a frota de máquinas e a investir em tecnologia, principalmente em agricultura de precisão.
Oitenta por cento da receita da Jumil vem dos negócios de plantio e adubação, principalmente da safra de verão. Mas a empresa investe no desenvolvimento de novos produtos para perder um pouco a dependência da sazonalidade da produção agrícola. Outra frente de atuação da empresa é a exportação. A Jumil pretende recuperar o mercado da Venezuela, que foi por vários anos o principal destino de seus embarques e chegou a representar cerca de US$ 10 milhões por ano, caindo para US$ 1 milhão devido a problemas gerados pela política do país vizinho. Além da América Latina, os embarques devem crescer para muitos países da África, embora tenha desistido de manter uma empresa no continente.
Com duas fábricas próprias em Batatais e mais duas terceirizadas que montam os equipamentos para a Jumil, a empresa garante que a sobrevivência no mercado e os bons resultados se devem às soluções oferecidas, inovação tecnológica e um bom pós-venda. Mas as empresas de implementos, segundo o presidente da companhia, vêm sofrendo concorrência das grandes multinacionais de máquinas que entraram neste mercado e mantêm estrutura maior de tecnologia e bancos próprios, por exemplo. As margens diminuíram muito, na avaliação de Morais. Os custos com salários, matéria-prima e energia elétrica aumentaram cerca de 12% de 2011 para este ano.
Hoje a empresa comercializa cerca de 45 implementos e deve reduzir para 20. A estratégia acompanha a tendência de especialização das companhias de implementos, apontada por Milton Rego, diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) diante desse movimento de aquisições e parcerias das multinacionais com empresas pequenas de implementos.