O governador Antonio Anastasia anunciou, na quinta-feira (24), a criação, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Programa de Agregação de Valor ao Produto Mineiro (ProValor). O programa tem como objetivo o fomento à geração de empregos de qualidade, a intensificação do conteúdo tecnológico das empresas, o aumento da participação das empresas envolvidas no mercado, com o consequente aumento da arrecadação, por meio da ampliação de base tributária e do maior valor do produto industrial mineiro.
“Queremos dar um salto qualitativo no planejamento econômico de Minas Gerais, a partir de um diagnóstico setorizado da indústria mineira, sua aproximação com as necessidades de mercado e uma maior interação entre o setor produtivo e o meio acadêmico, produtor de conhecimento”, definiu o governador.
Para definir os setores que devem receber incentivos fiscais, o governo mineiro fez uma parceira a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através da Escola de Engenharia, para elaboração de um diagnóstico do segmento metalmecânico, um dos principais setores da indústria de transformação mineira. O projeto piloto, que deverá estar concluído num prazo de 12 meses, será implantado na região do Vale do Aço e será coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.
Alguns setores já estão na mira do governo que deve agendar reuniões com algumas empresas de Ipatinga e região para definir o desenvolvimento de alguns produtos que tendem a ter mercados abertos no médio e longo prazos. Produtos para indústria naval – já fornecidos por algumas empresas do Vale do Aço –, para os setores de petróleo e gás, ferroviário e de estruturas portuárias são alguns dos vistos pelo governo como centrais para negócios futuros.
Diversificação da economia
A escolha do Vale do Aço para abrigar o projeto piloto levou em consideração o momento por que passa a economia da região, que está se transformando e deixando de ser dependente do desempenho de uma única empresa ou produto. A diversificação de atividades é uma forma de fortalecimento das economias regionais, pois, se determinado segmento sofre impacto negativo de uma conjuntura, outro poderá suprir a quebra de receita do primeiro. Os resultados começaram a ser mensurados a partir do décimo segundo mês de implantação do projeto.
De acordo com Fábio Veras, formulador e gestor do Programa, o modelo em implantação em Minas é usado pelas regiões mais competitivas do mundo, através da interação entre universidade, indústria e governos para o desenvolvimento de produtos com alta agregação de valor.
A expectativa é de que, com o ProValor, a UFMG tenha o mapeamento das competências, tecnologias, produtos e processos da Escola de Engenharia; faça a identificação dos gaps tecnológicos e o diagnóstico da capacidade de integração dos grupos de pesquisa. Com isso, espera que sua contribuição para a sociedade seja a transferência de conhecimento e tecnologias da universidade para o setor produtivo e geração de novas empresas de base tecnológica de origem acadêmica.
Para o governo, a perspectiva é de elevação e adensamento da diversidade do ICMS pago por empresas por meio do aumento de suas participações no mercado e alcance de novos segmentos; aumento do número de empregos e qualificação da formação técnica (graduação e pós-graduação) dos empregados e maior integração entre universidade e empresas, através da prestação de serviços customizados da academia para o mercado.
Já para as empresas, o que se busca com o ProValor é a agregação de valor aos produtos, seguindo uma rota integrada para a transformação do setor, e a elevação do faturamento bruto e líquido de empresas de forma sustentável, proveniente de novos produtos, projetos e serviços.