B Grob aposta no segmento de máquinas de cinco eixos

Empresa anuncia estratégias e espera 30% de crescimento

Um crescimento de 30% no último ano e uma projeção igual para 2012, com este otimismo o vice-presidente da B Grob no Brasil, Christian Müller iniciou a coletiva de imprensa realizada em 22 de Maio de 2012 na fábrica em São Bernardo do Campo para anunciar as estratégias e perspectivas de crescimento da empresa para os próximos anos. Um dos motivos das boas expectativas é o investimento dos fornecedores de autopeças na aquisição de novas tecnologias para usinagem de componentes cada vez mais compactos e, por vezes, mais complexos.

Ainda que haja alternativas para uma maior diversificação de segmentos na colocação de seus produtos, como por exemplo, nos segmentos médico, aeroespacial, ferramentaria e moldes, o setor automotivo ainda responde por 90% do faturamento da empresa. "Além de serem grandes compradoras de máquinas, as indústrias automotivas estão sempre investindo em novos projetos e também geram um retorno significativo em prestação de serviços", aponta o presidente da empresa Michael Bauer. O crescimento não foi algo exclusivo do Brasil e a meta global da empresa para 2013 é alcançar um faturamento em torno de 1 bilhão de euros. Para alcançar estas cifras, o grupo conta com uma nova fábrica na China que será inaugurada oficialmente em junho e já possui boa parte da produção contratada. Atualmente a China responde por 25% do faturamento da B Grob.
 
Com os ciclos de vida de produtos cada vez mais curtos, surge no mercado a necessidade de linhas de produção mais flexíveis. Essa tendência fez com que a empresa investisse no desenvolvimento de máquinas seriadas, que podem ser arranjadas em diferentes layouts no chão de fábrica, permitindo que a linha de produção possa atender a uma maior variedade de famílias de peças, do que seria possível com as tradicionais linhas transfer. Essa mudança foi apontada como uma das razões que contribuíram para o forte crescimento da empresa nos últimos anos.
 
Agora, a nova aposta da B Grob é mostrar às indústrias brasileiras que uma máquina de cinco eixos lhes proporcionará competitividade ainda maior. Com mais eixos programáveis a produtividade da máquina aumenta, pois reduz-se o número de montagens e transferências de peças, com mais graus de liberdade, muitas vezes, é possível fazer toda a peça com uma única preparação de máquina.
 
Müller e Bauer reconhecem que esta não é uma tarefa fácil. Um dos grandes desafios está na falta de mão-de-obra especializa em programar e operar máquinas com este número de eixos programáveis. "Nesse ponto estamos investindo bastante no treinamento de nossos clientes", comenta Müller. Isso significa que o treinamento em uma empresa pode levar de duas semanas até pouco mais de um mês.
 
Em recente pesquisa de mercado que realizaram, envolvendo 470 empresas, 55% afirmaram estar planejando investir em novas máquinas. Deste montante, 72% responderam "sim" a pergunta se comprariam um centro de usinagem de 5-eixos para melhoria da sua produtividade. Esse é um quadro animador para a empresa, que aposta na maior procura por equipamentos deste nível de desempenho no mercado local, o que segue à tendência já instalada no mercado europeu.
 
De acordo com Christian Müller, as máquinas de 5 eixos representam, também,  uma forma de driblar o famigerado custo Brasil. Com os custos nacionais de mão-de-obra tão elevados, investir em produtividade passa a ser uma das poucas alternativas para que a indústria local produza sob custos que lhe permita concorrer em um mercado tão pressionado por preços progressivamente mais baixos.
 
 A previsão é que sejam investido 14 milhões de euros no período de 2011 a 2013. O montante também inclui a implementação de um sistema de monitoramento em 130 pontos do processo de manufatura na empresa, além da adoção de jornadas de trabalho em dois turnos. Müller explica que um estudo para ampliação da planta também foi realizado como forma de aumentar a capacidade produtiva da empresa, mas o custo da obra de ampliação em São Bernardo do Campo seria equivalente aos R$ 23 milhões investidos na construção total da subsidiária Chinesa. Para ele, a melhor forma de aumentar a produtividade no Brasil, sem incorrer na elevação demasiada dos custos é investir em tecnologia.
 
Os executivos apresentaram também o novo centro de usinagem com mecanismos de deslocamento via servo motores (patenteado), que vieram para substituir os antigos sistemas hidráulicos. A empresa recebeu um premio pela inovação na Emo Hannover no ano passado. O novo projeto contribui para uma economia de 10 a 15% em consumo de energia. Outra proposta da B Grob para este ano é o lançamento de centros de usinagem preparados para operações com mínima quantidade de lubrificante (MQL). "Pela procura que recebemos, este é o ano do MQL", acredita Christian Müller.

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