O diretor de desenvolvimento de negócios da Associação Nacional de Fabricantes de Máquinas Ferramenta dos Estados Unidos, Mario Winterstein, realizou palestra no segundo dia da Feira da Mecânica para fazer um panorama da situação da manufatura no país. Winterstein é brasileiro, mora há 26 anos nos Estados Unidos, reafirmou que o crescimento da manufatura nos EUA, onde há 12 meses a industria tem alcançado resultados positivos e tem previsão de crescimento de 7% do setor para este ano.
A Associação calcula que o crescimento do consumo de máquinas cresceu 53% em 2011 em comparação a 2010, o que significa uma movimentação de US$ 6,6 bi ante US$ 4,3 bi sendo as máquinas de conformação. Os Estados Unidos ocupam a quarta posição no consumo de máquinas. No topo da lista está a China, responsável pelo consumo de cerca de US$ 40 bi no último ano.
Investimentos na qualificação de mão de obra, robotização e automatização das fábricas foram fatores apontados pelo brasileiro como motivos do ganho de produtividade. "O único caminho para se manter no mercado é inovando e aperfeiçoando seus produtos", enfatizou. O país também tem registrado a volta de inúmeras fábricas que estavam na Ásia, ainda que a transferência da planta não signifique a produção local, muitos ainda estão importando peças e realizando a montagem nos país.
Quando perguntado sobre as dificuldades que a indústria tem enfrentado com a chegada de produtos asiáticos com preços mais baixos, Winterstein garantiu que esta preocupação não existe. "Ninguém está disposto a brigar em um mercado que não consegue competitividade", disse e citou como exemplo a importação de 75% de centros de usinagem comuns.
A alta do custo de mão de obra na China foi um dos pontos para o qual Winterstein chamou atenção, por ser mais um fator que pode fortalecer o movimento de retorno das fábricas do exterior. O cálculo da AMT é de que em cinco anos o custo na China para contratação de funcionários tornará o custo de produção mais alto do que nos EUA.
Em contrapartida, o valor da mão de obra nos Estados Unidos se mantém estável desde 2000. O diretor lembrou que uma valorização muito grande do dólar também pode prejudicar os preços para a exportação de maquinário, mas ele acha pouco provável. "A única maneira do dólar subir é se começarmos a pagar nossas dívidas, algo que não deve ocorrer tão cedo", avalia.