A Siemens planeja investir US$ 1 bilhão no país até 2017. O valor é 66% superior a previsão de aporte anunciada pela companhia no ano passado para os cinco anos seguintes, de US$ 600 milhões. Dentre os planos da empresa estão a inauguração de uma fábrica e de um centro de pesquisas no país, ainda este ano, e a construção de uma outra unidade fabril, até 2013. O presidente da Siemens no país, Paulo Stark, explicou que a revisão do plano de investimentos foi pautada na percepção de que o país está mais preparado para o desenvolvimento do mercado interno e das políticas industriais e a empresa quer participar deste crescimento desde agora.
No mesmo período, Stark afirmou que a Siemens também prevê dobrar a receita atingida em 2011, de US$ 2,8 bilhões. O executivo destacou como um dos pontos mais importantes para a revisão dos investimentos a sinalização do governo brasileiro de redução das taxas de juros. "Nossos planos não estão embasados em situações ou dinâmicas de curto prazo", disse Stark, durante coletiva, no Rio, para anunciar os novos investimentos. "Certamente contamos com desenvolvimento das políticas industriais", completou.
Até o fim deste ano, a Siemens vai investir US$ 30 milhões para ampliar seus negócios no setor de saúde, que permitirá a fabricação local de produtos de imagem e o estabelecimento da respectiva cadeia de suprimentos em Joinville, Santa Catarina. Segundo o executivo, equipamentos e sistemas Siemens são responsáveis por 30% de todos os diagnósticos digitais por imagem no país. Ainda este ano, está prevista a inauguração do centro de pesquisas e desenvolvimento da companhia na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio de Janeiro, voltado para o setor de óleo e gás. A empresa pretende contratar cerca de 200 pesquisadores e engenheiros no local.
A companhia também prevê construir, até 2013, uma nova fábrica de motores e geradores de alta e baixa tensão, em lugar ainda a ser definido. A planta terá investimentos de US$ 60 milhões e deve gerar cerca de 300 empregos diretos. Stark disse que o montante a ser investido já prevê a intensão da Siemens em fornecer equipamentos para a construção do trem de alta velocidade, o trem bala. A companhia ainda não decidiu se vai participar do leilão para a construção do empreendimento, cuja licitação deve acontecer ainda este ano, conforme prevê o executivo.
Stark revelou ainda que a Siemens planeja adquirir uma empresa brasileira de redes elétricas inteligentes. O executivo não informou o nome da empresa, mas afirmou que é líder na prestação de serviços de medição inteligente e correlato. A compra deve ser anunciada nas próximas três semanas. Segundo o executivo, equipamentos e sistemas Siemens já geram 50% da eletricidade no país e a intensão é expandir ainda mais esta atuação. Em abril, a empresa abriu em Curitiba seu primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento focado no desenvolvimento de soluções de redes inteligentes.
Desde 2002, a Siemens investiu no país cerca de US$ 700 milhões em despesas de capital e em pesquisa e desenvolvimento, abrindo oito novas fábricas e gerando 4 mil novos empregos. Hoje, a Siemens tem, no país, 10 mil funcionários, 14 fábricas e sete centros de pesquisa.
Por Marta Nogueira/Valor Econômico