Desembolsar mais de R$ 1 milhão em uma máquina agrícola pode parecer um investimento arriscado para o produtor rural, que depende de fatores como o clima para ter o retorno do investimento. Mas na verdade, para quem está nesse ramo, perigo mesmo é deixar a frota envelhecer e perder produtividade.
É assim que pensa o agropecuarista Luiz Eduardo Facholli, de 32 anos, que saiu de Santo Anastácio (SP) e atravessou o estado para fechar negócio em um pulverizador de R$ 400 mil na Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (4). “Tenho 15 tratores e sempre procuro as tendências do mercado, porque a produtividade depende da tecnologia”, disse.
Celso Casale, presidente da Comissão de Máquinas Agrícolas da Abimaq, explica que são produtores como Facholli – que planta em áreas superiores a 5 mil hectares – os responsáveis pelo Brasil ter uma frota de tratores e implementos agrícolas com média de dez anos de idade. “Ele precisa renovar a frota, porque se não fizer não terá preço competitivo”.
É por esse motivo que máquinas equipadas com piloto automático orientadas por sistema de GPS são as mais procuradas. Os equipamentos evitam que uma mesma área seja pulverizada ou semeada duas vezes - algo que pode ocorrer quando a operação é humana.
O produtor Luís Carlos Ferrari, 61 anos, que planta soja e milho no Mato Grosso afirma que não se assusta com o preço R$ 1,3 milhão do conjunto de trator e plantadeira em exposição no estande de um fabricante norte-americano. “É um preço bom. Não fecho agora porque cheguei hoje, mas pode sair negócio até o final da feira”.
Pequenos
Celso Casale, da Abimaq, conta que, além dos grandes produtores, o pequeno agricultor – que produz em áreas inferiores a 500 hectares – também tem investido na renovação da frota. “Claro que ele não compra uma máquina de R$ 500 mil, mas com linhas de financiamento do governo, ele consegue ter tratores novos”.