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Em junho próximo uma comitiva de fornecedores deverá visitar a Chery Brasil e as obras da fábrica de Jacareí (SP), que começa a produzir em dezembro de 2013. No terreno de 1 milhão de metros quadrados, metade já está reservada para a instalação de fabricantes de autopeças, conforme revelou nesta terça-feira, 27, Kong Fan Long (foto), recém-nomeado presidente da operação brasileira da montadora chinesa. Segundo ele, a ideia é atrair o maior número possível de parceiros para atuar junto à unidade de produção no interior paulista.
Ao lado de Kong, o também recém-nomeado vice-presidente e diretor industrial da Chery Brasil, Wu Dejun, disse que a empresa já negocia com diversos fornecedores chineses, que virão visitar o Brasil no meio deste ano para pesquisar o mercado e decidir se acompanham o empreendimento aqui. “Gostaríamos que começassem a produzir ao mesmo tempo que nós, mas pela nossa experiência sabemos que isso deve demorar um pouco mais”, informou Wu. “Vamos sugerir que se associem com fabricantes locais também”, acrescentou.
Sentado em uma sala de teleconferência em Wuhu, sede da Chery na China, Zhou Biren, presidente de operações internacionais da montadora, destacou que será essencial formar uma rede de suprimentos no Brasil: “Trabalhamos para atender as exigências de nacionalização mínima de 65% do governo brasileiro desde o início da operação. Isso implica em termos fornecedores locais ou trazer fabricantes de autopeças para o País”, afirmou. “Vale lembrar também que muitos dos nossos fornecedores na China são globais, como Bosch, Siemens, Magneti Marelli e Delphi. Não será problema para eles fornecer para a Chery no Brasil. Por isso vamos atingir os 65% logo de início.”
Equação custo/nacionalização
Wu explicou que pretende estruturar a cadeia de suprimentos no País com base na equação de custos e índices mínimos de nacionalização. A prioridade será nacionalizar as partes que têm custo logístico mais alto e que tenham peso importante para aumentar o conteúdo local. Nesse sentido, alguns fornecedores nacionais podem oferecer vantagens competitivas.
Da China, Biren fez sua intervenção: “O mais importante é atender os 65%. Em segundo lugar temos de baixar os custos logísticos. Vamos procurar também no mercado nacional, porque o Brasil já tem um parque completo de fornecedores. Já fizemos reuniões com o Sindipeças para incentivar negociações. O ideal seria comprar tudo no País das empresas mais próximas de Jacareí, por isso reservamos 500 mil metros quadrados na fábrica. E se precisarmos de mais espaço vamos pedir ao prefeito Hamilton Mota (que estava presente na coletiva com os jornalistas brasileiros e acenou positivamente com a cabeça após ouvir a tradução).”
Biren reforçou que as outras exigências do regime automotivo também serão atendidas pela Chery no Brasil, incluindo operações industriais e investimento em pesquisa e tecnologia: “Será uma fábrica completa, a primeira da Chery fora da China (as outras 13 mantidas em 12 países só fazem montagem em CKD). E depois que a unidade estiver pronta também vamos investir em um centro de desenvolvimento.”
O prefeito Hamilton Mota destacou que o município já firmou convênio com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) para formação de pessoal especializado, e já estão em construção em Jacareí uma unidade do Senai e uma Escola Técnica Federal. “Também estamos preocupados em oferecer mão-de-obra qualificada para a Chery e seus fornecedores”, disse.
Etapas
O diretor industrial Wu informou que a operação começa no fim de 2013 com soldagem, pintura e montagem final. Cerca de um ano depois a estamparia de chapas também começa a ser feita em Jacareí.
O presidente Kong detalhou as etapas da construção da fábrica. A terraplanagem começou há pouco tempo e deve demorar quatro meses. As obras de fundação consumirão de cinco a seis meses e a edificação outros cinco a seis meses. Por fim, a instalação de maquinário e ajustes leva de oito a dez meses.
A primeira fase da fábrica, em 2014, consumirá US$ 200 milhões do total de US$ 400 milhões programados para o empreendimento. A unidade começa a produzir um só modelo em um turno de trabalho, ao ritmo de 50 mil unidades/ano. Na segunda fase, cerca de um ano depois, entra em produção um segundo carro e a linha acelera para 100 mil/ano em dois turnos. Na sequência, deve chegar mais um modelo e, em três turnos, a capacidade sobe para 150 mil veículos por ano.
“Vamos aumentar a produção conforme a necessidade, mas antes precisaremos saber como os brasileiros aceitarão os carros da Chery feitos aqui”, ressalvou Kong. “Também poderemos até elevar o índice de nacionalização acima dos 65%, mas isso vai depender do mercado brasileiro e seus custos”, finalizou.
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