Alfa Laval nacionaliza mix de produtos

O grupo sueco Alfa Laval ampliou sua atuação no Brasil. De olho na demanda da indústria de alimentos, o grupo deu início à produção em São Paulo de equipamentos usados no controle de temperatura em câmaras de refrigeração. Até então, a empresa abastecia o país com importações.

Esses produtos vinham da Europa - principalmente de operações na Itália e na Holanda -, mas, apesar do câmbio ainda favorável para as importações, a empresa decidiu apostar na produção local para reduzir prazos de entregas, eliminar custos de frete transoceânico e ainda abrir a possibilidade de desenvolver sistemas sob medida aos clientes.

A nova linha foi inaugurada ontem, após um investimento de aproximadamente € 3 milhões (por volta de R$ 7 milhões). Ela ocupa uma área de 2 mil metros quadrados na fábrica de equipamentos industriais da Alfa Laval na região da rodovia Anhanguera, zona norte da capital paulista.

A expectativa do grupo é aumentar as vendas no Brasil - oitavo mercado para a companhia no mundo, maior até mesmo do que a Suécia - dos € 130 milhões obtidos no ano passado para € 160 milhões, em 2012.

Lars Renström, presidente global da companhia, esteve no país nesta semana para participar da inauguração da nova linha e visitar outras operações. Apesar das notícias sobre a retração na atividade industrial brasileira, ele está otimista com as perspectivas ao consumo de alimentos, foco do investimento da empresa.

"Acreditamos fortemente no mercado de refrigeração no Brasil, em razão da melhora no padrão de vida do brasileiro, que traz uma nova demanda para a cadeia de alimentos", disse o executivo sueco em entrevista ao Valor. "Nosso compromisso com o mercado brasileiro é de longo prazo e estamos absolutamente convencidos de que existe um bom futuro aqui", acrescenta Renström, ao explicar que a desaceleração industrial - assim como a valorização cambial e o aumento no custo da mâo de obra - não afeta as decisões de investimento do grupo.

A maior parte da produção - 75% - será destinada ao consumo doméstico de empresas que fazem estocagem e distribuição de alimentos. O restante vai para outros países na América Latina, principalmente Argentina, Chile e Peru.

Grupo sueco inaugura linha de equipamentos usados em câmaras de refrigeração, até então importados da Europa

Paralelamente, o grupo avança na integração da Aalborg, empresa comprada em dezembro de 2010 e que tem uma fábrica de caldeiras industriais em Petrópolis (RJ). No caso, existe a expectativa de obter sinergias a partir da cooperação em atividades comerciais, mas Renström diz que não faz parte dos planos unir as operações produtivas. "Essas atividades permanecerão onde elas estão", diz o executivo, que espera concluir ainda neste ano a integração da Aalborg. A atuação da companhia adquirida é expressiva em indústrias de petróleo, alimentos e papel e celulose.

Na linha inaugurada nesta semana, serão produzidos forçadores de ar usados no controle da temperatura nos ambientes de estocagem de alimentos.

Os suecos também fornecem equipamentos para separação de transporte de líquidos - entre separadoras, filtros e centrífugas - e outras soluções de transferência de calor em processos industriais, usadas também em plataformas da Petrobras, principal cliente no Brasil.

Metade das vendas de € 3,2 bilhões registradas em todo o mundo no ano passado ficou em mercados emergentes da Ásia (35%), Leste Europeu (8%) e América Latina (7%).

Para 2012, a empresa deve investir ao redor de € 60 milhões, com boa parcela destinada ao mercado chinês, onde também busca o aumento de capacidade na produção de equipamentos.


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