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A Schulz, fabricante de compressores e de peças para motores de ônibus e caminhões, projeta superar a marca recorde de R$ 1 bilhão em receita bruta de vendas em 2012. A empresa também tem planos de aumentar sua fatia no mercado externo com exportações, mesmo em um momento em que o real ainda está valorizado em relação a outras moedas.
O presidente da Schulz, Ovandi Rosenstock, diz que a empresa pretende voltar a ter uma fatia mais expressiva de vendas externas neste ano, alcançando 25%, patamar que registrava entre 2007, 2008 e 2009. Em 2010, essa fatia ficou em 11,5% e em 2011 já apresentou ligeiro avanço para 13,6%.
Incrementar as exportações tem como base o fato de o executivo acreditar que o governo federal tomará medidas para melhorar a relação cambial e favorecer as empresas exportadoras. "O governo vai acordar", disse ele. Além disso, a Schulz espera aumento do mercado externo porque se tornou, em 2012, fornecedora global certificada de grandes grupos como Caterpillar, John Deere e ZF. Ela já trabalhava com exportações para algumas unidades dessas empresas, mas agora passa a ser fornecedora potencial para todas as fábricas espalhadas pelo mundo.
No quarto trimestre de 2011, a empresa já observava uma retomada gradual da atividade econômica em mercados externos. Segundo relatório financeiro enviado à Bovespa este mês, a Schulz informou que entendia o cenário de incertezas relacionado à conjuntura econômico-financeira global - cujos reflexos também foram percebidos em alguns segmentos no Brasil - como "passageiro".
Rosenstock diz que a Schulz trabalha com um câmbio médio para o ano de R$ 1,75 e que há dificuldades de se repassar para os preços um percentual equivalente à perda cambial, mas a Schulz tem feito algumas renegociações com clientes no exterior e tem trabalhado com redução de custos industriais por meio da produção enxuta.
Em 2011, a receita bruta de vendas atingiu R$ 892,7 milhões e a líquida cresceu 18%, para R$ 702,7 milhões. O lucro líquido fechou em R$ 49,1 milhões, alta de 3% em relação a 2010.
Em parte, o crescimento da receita esperado para este ano também virá da entrada em dois novos segmentos de compressores: haverá diversificação de uma linha voltada a hospitais e a empresa está lançando compressores para infraestrutura.
Nesses dois segmentos, há a presença maciça de compressores importados e a intenção da Schulz é abocanhar uma fatia que hoje é de produtos vindos dos Estados Unidos e Europa. A diversificação, segundo ele, ajuda a limitar os "canais de importados no mercado nacional". "Temos de preservar o que temos e ainda crescer para incrementar os resultados. Estamos fechando parcialmente o mercado de importados porque fechar totalmente seria presunção", disse.
Os compressores para infraestrutura têm como objetivo atender a demanda de obras voltadas para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Rosenstock não revela expectativas de vendas.
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