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O caminhão, que sempre foi visto como o vilão na emissão de gases que provocam o efeito estufa, agora quer mudar sua imagem. O objetivo é trazer a sustentabilidade também para o dia a dia dos veículos pesados, mesmo com atraso em relação aos outros países como a Europa, por exemplo, que já caminha para a legislação Euro 6. O Brasil implementou, em janeiro deste ano, o Proconve 7, equivalente ao Euro 5. O sistema só consegue rodar com um combustível dez vezes mais limpo que o atual, o diesel com teor máximo de enxofre de 50 ppm (partes por milhão).
Para atender às novas normas, os fabricantes têm investido altas cifras em ações ambientais para diminuir os impactos que seus produtos provocam no meio ambiente e mudar de vez esse rótulo.
A sueca Volvo entrou na busca para evitar o desperdício, utilizar constantemente energias renováveis e devolver água tratada ao meio-ambiente. "Há muitos anos, a companhia tem apresentado uma forte preocupação com o meio-ambiente. Todos os nossos trabalhos visam melhorias nesse segmento", falou ao DCI o gerente de vendas da Volvo do Brasil, Álvaro Menoncin.
Além dessas atitudes, consideradas básicas por especialistas, outras ações ainda precisam ser praticadas pelas montadoras. "Trocamos vários processos de produção como a solda, por exemplo, bastante agressiva ao meio-ambiente, para diminuir a emissão de gases do efeito estufa", garante Menoncin.
De acordo com o gerente de comunicação de veículos comerciais da Mercedes-Benz, Valter Oliveira, os processos produtivos da empresa são constantemente reavaliados. "A nossa produção está mais limpa e conta com a reciclagem dos materiais", afirma.
Produtos verdes
A adequação à sustentabilidade passa por outra exigência, que é a fabricação de produtos que agridam menos o meio-ambiente, como é o caso do motor Euro 5. "A Volvo só adaptou ao País uma tecnologia que já usava há alguns anos na Europa", afirma Menoncin. Ele destaca que, no velho mundo, a Volvo já vendeu cerca de 250 mil veículos com essa tecnologia, que deve ser ainda mais rigorosa para os próximos anos por exigência das legislações locais de cada país.
Já a mais recente aposta da Mercedes é o chamado diesel de cana, extraído da matéria-prima do açúcar. "Somos a primeira empresa a pesquisar esse tipo específico de combustível alternativo", afirma o gerente senior de desenvolvimento de motores do Grupo Daimler, Gilberto Leal. Ele explica que, desde a plantação da cana de açúcar até o combustível no tanque, esse diesel reduz em até 92% a emissão de CO2 comparado ao comum. "Frotas de ônibus de São Paulo e do Rio de Janeiro já estão sendo testadas com o diesel da cana, com resultados animadores", diz.
O cenário mundial revela que o cerco está se fechando, cada vez mais, contra a indústria, considerada um dos grandes "vilões" da sustentabilidade. Mais do que preocupação, as empresas precisam mostrar resultados satisfatórios tanto para acionistas como para autoridades ambientais.
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