Fabricantes de máquinas em MG estão preocupados com barreiras da Argentina

O endurecimento das regras de importação da Argentina coloca em xeque cerca de 10% da indústria de máquinas de Minas Gerais, montante exportado para o país vizinho anualmente. A valores de 2011, de janeiro a setembro isso significa que as novas definições do governo argentino podem fazer com que os fabricantes mineiros de máquinas fiquem em dúvidas com relação à negociação de US$ 6,8 milhões. O país é os egundo principal destino do setor no Estado e fica atrás apenas dos Estados Unidos.

Segundo balanço realizado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), entre janeiro e setembro do ano passado a produção nacional girou em torno de US$ 1,147 bilhão. Minas Gerais responde pelo equivalente a US$ 68 milhões.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos em Minas Gerais (ABIMAQ – MG), Marcelo Veneroso, teme que o alto nível de burocracia do argentino inviabilize a negociação entre os países.

A partir de fevereiro, os importadores argentinos terão que justificar ao governo a compra de produtos no mercado estrangeiro.O governo, por sua vez, terá um prazo de 10 dias para aprovar, ou não, a operação. Segundo texto da Resolução 3.252, publicada no Diário Oficial daquele país no último dia 23, o objetivo é estabelecer “regime comercial mais seguro, propenso a novo enfoque  de trabalho e associação governamentais e empresas.”

Na avaliação do presidente da ABIMAQ- MG, a tendência é de que o governo argentino barre as importações gradualmente, criando um pool interno. “Dessa forma, as indústrias argentinas teriam que comprar todos os produtos internamente. O problema é que em alguns casos não há produtos similar naquele país”, disse. As alianças entre empresas brasileiras e argentinas, que possuem negócios há anos, também seriam abaladas, obrigando as companhias argentinas a encontrarem novos fornecedores. “É um tiro no pé”, comentou Veneroso.

Na avaliação do diretor financeiro do Sindicato Intermunicipal da Indústria do calçado de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda, a falta de clareza com relação às medidas impostas pela Argentina é o principal problema a ser enfrentado.de acordo com ele, o governo daquele país não tem cumprido as regras estabelecidas, fator que tem puxado para baixo as exportações brasileiras de calçados para o parceiro comercial.

De  2010 para 2011, a quantidade de pares brasileiros vendidos para a Argentina passou de 14.146.511 para 12.359.051, redução de 12,6%. “Minha empresa exportou 42.000 pares para Argentina em setembro. Os calçados estão presos na alfândega até hoje”, comentou.


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