Implementos: depois de recorde, ano difícil

Assim como aconteceu com o mercado de caminhões, as vendas de implementos rodoviários foram recorde em 2011, mas o desempenho foi bastante desigual entre o segmento de semirreboques, que permaneceu estagnado, e o de carrocerias sobre chassis, que sustentou o crescimento do ano, segundo dados divulgados na segunda-feira, 23, pela associação dos fabricantes, a Anfir. Com restrição ao crédito pelo BNDES/Finame, a entidade espera um ano difícil pela frente.

Os emplacamentos de rebocados e as instalações de implementos sobre chassi no País atingiram em 2011 o total de 190.825 unidades, volume 12% superior ao de 2010, com 170.283. Contudo, as vendas de semirreboques ficaram praticamente paradas, com tímido avanço de 0,32% na comparação anual, somando 59.441 veículos. Já as carrocerias sobre chassis saltaram 18,3%, para 131.384.

Fatores de baixa
De acordo com a avaliação da Anfir, o desempenho desigual é devido a dois fatores combinados: crédito do BNDES/Finame mais apertado e antecipação de compras de caminhões Euro 3, com consequente redução das vendas de semirreboques. O mesmo não ocorreu com os implementos sobre chassis porque esse tipo de caminhão não pode operar sem a incorporação do seu respectivo equipamento de carga, ao contrário dos cavalos-mecânicos, que podem puxar diversos tipos de carretas independentes do veículo.

O adiamento da compra de semirreboques aconteceu em função do maior direcionamento dos recursos dos frotistas para a aquisição de caminhões com motorização Euro 3, mais barata do que a Euro 5 usada por todos os veículos diesel no País desde 1º de janeiro, em cumprimento à legislação de emissões do Proconve P7. Também houve redução de 100% para 70% do montante financiável pelas taxas atraentes do Finame, o que provocou retração ainda maior no mercado dos implementadores – e pode continuar a puxar o mercado para baixo em 2012.

Perspectiva negativa
Para a Anfir, o desaquecimento de vendas registrado no segundo semestre indica que o resultado deste ano pode ser inferior ao de 2011. “Essa redução de ritmo não dá demonstrações de que vá parar porque as regras de financiamento não foram alteradas”, alerta em nota Rafael Wolf Campos, presidente da associação.

O governo não sinalizou nenhuma mudança no Finame e, caso o montante financiável não seja elevado, a entidade avalia que o setor não aproveitará o crescimento econômico para o País. “Se houver uma mudança ampliando o acesso ao crédito o quadro com certeza mudará”, afirma Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir.


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