Câmara Brasil-Alemanha promove inovação para aprimorar cadeia de fornecedores

O Comitê de Inovação Tecnológica (CIT) da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) firmou na sexta-feira, 16, acordos de cooperação com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). O objetivo é atrair o maior número possível de empresas para os programas de inovação das entidades, como forma de desenvolver a capacidade produtiva de diversas cadeias de fornecimento da indústria, em especial pequenas e médias empresas dos setores de automação, autopeças, petróleo, energias renováveis e tecnologia médica e hospitalar.

“Existem muitas oportunidades de desenvolvimento da inovação no Brasil. Vamos precisar inovar para enfrentar o cenário mundial de alta competitividade. Nosso objetivo é fomentar esse processo, como forma de aumentar a eficiência da cadeia industrial no País”, afirmou Wilson Bricio, coordenador do CIT e vice-presidente da AHK. Ele lembrou também que o Brasil é atualmente o décimo maior importador de tecnologia no mundo, e que precisa, portanto, aumentar sua produção própria de ciência e tecnologia.

“As empresas que mais inovam são também as mais produtivas, que mais crescem e mais empregam”, destacou Roberto Alvarez, gerente de assuntos internacional da ABDI. “O Brasil é um país de renda média e precisa aumentar o nível de riqueza da população. Para isso é necessário aumentar a eficiência das empresas por meio da inovação, pois não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar capital”, avaliou.

Uma das tarefas do CTI será mostrar algumas fontes disponíveis de financiamento da inovação tecnológica, como as linhas da Finep, órgão financiador de estudos e pesquisas ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Muitas empresas de menor porte nem sabem da existência dessas fontes. Podemos ajudar a indicar os caminhos para acesso a esses recursos”, diz Bricio, que também é presidente da ZF América do Sul. Outra forma de promover a inovação nas empresas será por meio dos eventos e programas que o CIT/AHK irá desenvolver, que incluem workshops, seminários, cursos e visitas técnicas.

Poder multiplicador
Bricio destaca que o potencial de multiplicação da iniciativa é enorme, pois a Câmara Brasil-Alemanha reúne algumas das maiores empresas instaladas no País, agregando uma ampla cadeia de fornecedores que precisam de mais acesso a programas de inovação tecnológica para aumentar sua competitividade. Ele também lembrou que todas as dez companhias alemãs que mais registram patentes no mundo estão presentes no Brasil e teriam grande contribuição a oferecer nesse processo.

A ideia é transmitir a cultura da inovação às empresas, fator principal do desenvolvimento industrial. Bricio lembrou que essa capilaridade faz toda a diferença na Alemanha, onde 90% das 59 mil patentes registradas no país em 2010 foram desenvolvidas por pequenas e médias empresas.

No programa do CTI/AHK, essas pequenas e médias empresas deverão ser atraídas por meio de seus próprios clientes, muitos deles associados à Câmara, mas esse não será o único canal de comunicação e promoção das atividades do comitê. “Vamos divulgar nossas iniciativas por meio de todos os canais disponíveis”, diz Bricio.

Uma das formas de ampliação dessa aproximação será por meio da cooperação com a Anpei, que reúne 230 associados que, juntos, são responsáveis por 60% do investimento privado em pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

Centro Alemão de Inovação em São Paulo
No mesmo prédio onde fica a sede da Câmara Brasil-Alemanha, a partir de fevereiro de 2012 a cidade de São Paulo passa a sediar um dos cinco escritórios estrangeiros do Centro Alemão de Inovação e Ciência (DWIH, na sigla em alemão), que integra em um só endereço representações das principais instituições científicas alemãs. Terão escritório no DWIH São Paulo a Fundação Alexander von Humboldt, DAAD, Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DFG), Universidade Livre de Berlim, Centro de Competência em Terra, Água e Saneamento (Task), Universidade Técnica de Munique (TUM), UAS7 (associação de sete universidades alemãs de ciências aplicadas), Aliança das Universidades da Região do Ruhr (UAMR) e a Westfälische Wilhelms-Universität Münster (WWU).

O objetivo é promover intercâmbio e cooperação entre pesquisadores de ambos os países. Além de São Paulo, o DWIH também mantém escritórios em Tóquio (Japão), Nova Deli (Índia), Nova York (Estados Unidos) e Moscou (Rússia).


Tópicos: