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O setor metroferroviário voltou a receber projetos projetos voltados para o transporte sobre trilhos que envolvem muitos bilhões. Neles estão incluídos tanto o segmento de passageiros, que obrigatoriamente passará por grande transformação em função da realização da Copa do Mundo em 2014 e da Olimpíada em 2016, quanto o setor das ferrovias de carga, que envolvem cerca de 11.800 quilômetros de novas vias.
Dados do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) apontam que serão produzidos este ano cerca de 5.700 vagões de carga, 330 carros metroferroviários para o transporte de passageiros e 113 locomotivas. Em vendas o valor é calculado em R$ 4 bi e representa um crescimento de 30% no faturamento do setor em relação a 2010.
Segundo Vicente Abate, diretor do SIMEFRE, alguns fatores impactaram positivamente o setor ferroviário de carga em 2011. Entre eles, o PSI – Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Vemos com expectativa bastante positiva a sua extensão para até o final de 2012, incluída no Plano Brasil Maior, mas entendemos que os juros talvez pudessem ser de 6 a 7% ao ano, que seriam equivalentes, hoje, aos juros do início do programa em 2009, que eram de 4,5% ao ano”, diz Abate. Segundo ele, o minério de ferro e os produtos agrícolas, especialmente o açúcar, também contribuíram para o excelente desempenho dos fabricantes de vagões e locomotivas em 2011.
Setor de cargas
A indústria fabricante de vagões está se preparando para encerrar o exercício com excelentes resultados. Quando comparamos o resultado de 2011 com o obtido no ano passado, encontramos um aumento da ordem de 75% no volume de vagões fabricados e entregues (5.700 unidades ante as 3.261 do ano anterior).
Os fabricantes de locomotivas também estão comemorando o desempenho alcançado no período. O setor deverá entregar até o final de dezembro, cerca de 113 unidades. Esse volume representará um crescimento em torno de 65% sobre as 68 máquinas entregues em 2010.
Adicionalmente, serão entregues cerca de 500 vagões reformados . Já as locomotivas reformadas chegarão a 90 unidades, 90% das quais serão acréscimo de frota das concessionárias, um mercado que tem movimentado a cadeia produtiva da indústria brasileira com truques novos, eletrônica embarcada e outros itens.
Setor de Passageiros
Os fabricantes de carros de passageiros (trens e carros de metrô), em termos de encomendas, comemoram também, porém com menor intensidade. O volume de carros do exercício ficou abaixo do esperado, porque os novos administradores que tomaram posse em 2011 estão ainda consolidando os planos de investimento. Em termos de produção, a indústria deve encerrar o exercício com 328 unidades.
A área de manutenção e reforma tem apresentado melhor retorno dentro do setor. Até o final do ano serão entregues 78 carros para Metrô/SP e Supervia/RJ. No que se refere à terceirização da manutenção, incluídos serviços preventivos, corretivos e revisões gerais, a indústria ferroviária mantém contratos, de longo prazo (4 a 5 anos), com operadoras de transporte de passageiros do Distrito Federal e São Paulo, abrangendo, atualmente, o total de 432 carros.
Perspectivas 2012
Se tudo continuar dentro do previsto, no segmento de cargas, especificamente na área de vagões de carga, a previsão da indústria é fechar 2012 com uma produção entre 3.500 e 4.000 unidades, dos quais 50 vagões deverão ser comercializados no mercado externo. Haverá continuidade na recuperação e modernização de vagões da frota existente.
No caso das locomotivas, os fabricantes estimam uma produção da ordem de 110 unidades, sendo 10 máquinas para atender às exportações. “Espera-se também um acréscimo de frota para as operadoras de mais 100 locomotivas a serem reformadas”, segundo Abate.
No caso de carros de passageiros esperam-se para 2012, performances muito próximas, em termos de quantidades de carros, tanto no caso de veículos novos, como na manutenção terceirizada. Com relação à reforma e modernização, as quantidades para 2012 deverão superar os valores obtidos em 2011.
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