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O mercado brasileiro de helicópteros, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero (Abraphe), Rodrigo Duarte, já está sendo considerado por muitos como o número um em termos de demanda, tendo em vista a estagnação dos mercados americano e europeu.
"As escolas de formação de pilotos de helicópteros não param de voar e até setembro a Anac já havia emitido por volta de 800 licenças para piloto comercial de helicóptero, 200 a mais que o total emitido durante todo o ano de 2010", comentou.
O consultor aeronáutico Túlio Brandão, da Aeroconsulting, acredita que o mercado brasileiro vai absorver, nos próximos anos, uma média de 60 helicópteros por ano em todos os segmentos: corporativo, offshore, governamental e de defesa. "O Brasil se tornou um grande mercado para investimentos nessa área, embora ainda exista um certo temor dos investidores, devido às oscilações que vem ocorrendo nos sistemas econômicos em todo o mundo", comentou.
O setor, segundo o presidente da Abraphe, conta hoje com mais de 3000 pilotos de helicópteros em exercício no Brasil e uma frota de 1.495 aeronaves, sendo 592 em São Paulo. " Até 2020, de acordo com as estimativas de demanda da Petrobras, o Brasil vai precisar dobrar o número de pilotos para atender ao segmento de offshore."
Atenta ao boom de demanda nesse segmento, a Helibras, com 53% da frota de helicópteros a turbina em operação, vai instalar no Rio de Janeiro o primeiro simulador para os modelos EC-725 (vendido para as Forças Armadas Brasileiras) e EC225, utilizado em operações offshore.
"A empresa está investindo US$ 10 milhões neste sistema, que permitirá aos pilotos fazer o treinamento no Brasil", disse o gerente de vendas para o Mercado Militar e de Óleo e Gás da Helibras, Sergio Roxo.
Segundo o executivo, a Petrobras informou que terá uma demanda adicional de 80 helicópteros até 2020. "Isso significa que serão necessários mais 480 pilotos. Se tivermos 50% desses contratos, o simulador do EC225 teria uma previsão de operação de 2 mil horas por ano somente para treinamento de novos pilotos voltados para o setor de offshore", afirmou.
Embora não tenha equipamentos específicos para atuar no mercado de offshore, a fabricante americana Bell informa que tem interesse em atender a demanda da Petrobras. "A Bell tem 19% de participação na frota de helicópteros em operação no Brasil, que está entre os cinco mercados mais estratégicos para a companhia no mundo. Tanto que recentemente nomeou um diretor de vendas da marca para os negócios no país", comenta o presidente da TAM Aviação Executiva, representante da Bell no país, Fernando Pinho.
Mais focada no mercado de helicópteros corporativos, a TAM acredita que o incremento da demanda no segmento governamental, impulsionada pelos eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas, levará a empresa a mudanças no seu perfil de atuação. "A Bell e a TAM não têm tradição em participar de licitações públicas no Brasil, mas em função do movimento desse mercado criou uma área específica para cuidar desses negócios", explicou o executivo da TAM.
Segundo Pinho, a TAM está participando de duas licitações públicas nas áreas de defesa e segurança. O diretor de Marketing e Vendas da Bell no Brasil, Lismar Marques da Silva, ressalta que a Bell tem tradição no fornecimento de helicópteros para as forças armadas nos Estados Unidos, área que responde pela maior parte da receita da companhia. "Os helicópteros Bell 429 e o Bell 407, hoje voltados para o segmento corporativo, poderão ser utilizados pelo setor público (polícias e governos)", disse Silva.
No mercado civil, a TAM Aviação Executiva comemora os resultados obtidos em 2011. "Crescemos 40% nos últimos dois anos e com base nos pedidos já colocados este ano estamos prevendo um aumento de 50% nos negócios da empresa em 2012", disse o presidente da empresa.
"Os helicópteros estão tomando um espaço grande nas vendas de aeronaves executivas da TAM e no próximo ano a estimativa da empresa é que eles respondam por entre 35% e 40% das nossas vendas", calcula o executivo.
Em 2010, segundo Pinho, a venda de helicópteros representou 20% da receita total da aviação executiva da TAM. "A demanda pelo helicóptero é maior que a de aeronaves pela sua flexibilidade, principalmente em relação ao ganho de tempo no deslocamento", explicou.
Outra fabricante americana de olho no mercado brasileiro é a Enstrom, que decidiu retomar seus negócios no Brasil e nomeou a Aerolink, de São José dos Campos, seu novo representante no país. O diretor comercial da Aerolink, Carlos Aquino, disse que a Enstrom quer consolidar a sua marca no Brasil e para isso, além de uma equipe de vendas, terá um centro de manutenção e reposição de peças.
"Já estamos selecionando um local para abrigar o centro, que entrará em funcionamento no primeiro semestre de 2012", disse. A Aerolink, segundo Aquino, em parceria com a empresa Gespi, de São José dos Campos, também pretende montar uma empresa de táxi aéreo com os helicópteros Enstrom, que irá operar na mesma área do centro de manutenção da marca no Brasil.
Os modelos comercializados no país pela Enstrom serão o monoturbina 480B e os modelos a pistão 280F e 280FX. O 480B está sendo negociado por US$ 1,06 milhão. O 280FX pode ser adquirido por US$ 470 mil, sem os impostos. Atualmente, de acordo com o executivo, existem só dois modelos Enstrom em operação no país, mas no mundo a marca voa em mais de 40 países, totalizando um número superior a 500 helicópteros.
Um dos helicópteros mais vendidos no Brasil, no segmento civil, o Robinson, conta hoje com 480 unidades em operação no país. Os modelos de maior sucesso da marca, segundo o diretor comercial da Audi Helicópteros, representante da Robinson no Brasil, Gualter Pizzi, são o R44 Raven II e o R66 Turbina, lançado em 2010.
Considerado o terceiro maior mercado para o grupo em todo o mundo, o Brasil deve responder pela venda de 45 helicópteros este ano. "O mercado vem crescendo da ordem de 15% ao ano e a nossa expectativa é a de alcançar cerca de 50 helicópteros vendidos em 2012", afirmou. A Robinson está presente em dez países da América Central, com centros de manutenção em todos eles, mas o Brasil, de acordo com o diretor da Audi, é considerado o maior mercado nesta região.
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