Em queda, Toyota quer dar 'adeus a 2011'

Se dependesse do vice-presidente da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Júnior, 2011 já teria acabado. A causa são a queda nas vendas e os impactos na produção brasileira após o tsunami, terremoto e enchentes que atingiram o Japão e a Tailândia.

"Eu gostaria que este ano acabasse logo", disse o executivo à Folha. Em 2011, a queda acumulada nas vendas de automóveis e comerciais leves até 15 de novembro foi de 2,05%, segundo a Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos).

No segmento de automóveis com o Corolla, até outubro, a marca perdeu duas posições no ranking de vendas para a concorrência. No mesmo período do ano passado, a montadora japonesa estava na nona colocação, com 45.089 unidades vendidas.

Segundo o vice-presidente, a empresa contabiliza os impactos na produção brasileira com os problemas ocorridos nos países orientes. Segundo ele, as peças e componentes do Corolla brasileiro e da Hylux argentina eram produzidos nas fábricas.

De acordo com o sindicato dos trabalhadores da Toyota em Indaiatuba (98 km de São Paulo), as peças que faltam estão sendo importadas dos Estados Unidos. Entre elas estão componentes eletrônicos do motor e peças do câmbio.

Por causa dos problemas, as horas extras dos 2.800 funcionários da unidade foram cortadas e o trabalho foi restrito a dois turnos. A empresa ainda deve conceder férias coletivas após o Natal. A medida está sendo negociada com o sindicato.

Apesar disso, Andrade Júnior acredita que as vendas de 2011 possam ser encerradas com o mesmo número de 2010. "Acreditamos que vamos chegar às 100 mil unidades vendidas neste ano, que é a mesma quantidade do ano passado", diz.

IPI
O vice-presidente da Toyota Mercosul acredita que o aumento em 30 pontos percentuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados possa facilitar a retomada da participação de mercado da marca no Brasil.

Ao mesmo tempo, Andrade Júnior afirmou que a montadora deixou de acompanhar o mercado e ficou restrita aos sedãs médios e as SUVs (veículos utilitários esportivos, na sigla em inglês). "O mercado cresceu e com os meus produtos não consegui acompanhar", diz.

Entre os principais concorrentes da Toyota no segmento de sedãs médios estão as coreanas Hyundai e Kia. As duas serão fortemente impactadas pelo aumento do IPI, que começa vigorar a partir do dia 15 deste mês.

"A perda de mercado aconteceu por uma situação anterior, que foi a facilidade de importação de veículos da Coreia e da China. Agora, com o aumento do IPI, podemos nos reposicionar", diz.

A partir do segundo semestre de 2012, a Toyota deve iniciar a produção do seu primeiro carro compacto no Brasil. A fabricação será na nova unidade em Sorocaba. A fábrica está sendo construída ao custo de US$ 600 milhões. Segundo Andrade Júnior, o carro vai competir com populares como o Palio e o Gol.


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