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Fonte: G1 - 25/05/07
Símbolo da convergência digital, o telefone celular -- que já incorporou as funções de toca-MP3 e de câmera digital -- passou a funcionar também como controle remoto para comandar uma casa high-tech. Essa nova função do portátil, já disponível para os endinheirados do Brasil, foi exibida nesta terça-feira (22) em um apartamento de luxo na região do Itaim Bibi, em São Paulo. Para fazer o imóvel de 480 m2 responder aos comandos do telefone, o proprietário do apartamento desembolsou nada menos que R$ 100 mil.
Banheira com função auto-limpeza/ Foto G1
O sistema desenvolvido pela companhia Ihouse, do empresário Leonardo Senna, conecta toda a casa do futuro à internet e, por isso, ela aceita comandos em tempo real enviados de um celular. Além disso, esses comandos podem ser dados nos painéis de controles espalhados pelos diversos cômodos da casa high-tech -- eles substituem aqueles antigos interruptores que você ainda tem em casa.
Vamos ao cenário à la Jetsons. Na casa do futuro controlada por celular, o usuário pode liberar acesso a um conhecido mesmo à distância: se alguém combina de passar na sua casa quando não há ninguém por lá, é possível abrir a porta para essa pessoa utilizando as teclas de seu celular. Isso só será necessário se o visitante não tiver a impressão digital cadastrada no equipamento Smartdoor, que faz a leitura biométrica (impressão digital) para abrir a fechadura.
Depois do banho, a função autolimpeza faz a circulação da água com detergente na banheira, eliminando resíduos (Foto: Juliana Carpanez/G1)Também à distância, o usuário pode fazer a configuração de seu banho perfeito: temperatura ideal da água na banheira (que será mantida até o final do banho) e luminosidade do ambiente. Quando tudo estiver pronto, o proprietário receberá uma ligação da Smarthydro. Depois do banho, a função autolimpeza faz a circulação da água com detergente, eliminando resíduos.
De acordo com Senna, esse é o primeiro sistema que realiza a comunicação on-line entre um telefone e uma casa -- as alternativas anteriores dependiam, por exemplo, de comandos enviados por mensagens de texto do celular. Com o telefone conectado, é possível fazer alterações em tempo real na temperatura da água da banheira ou do chuveiro, por exemplo.
Impressão digital libera acesso dos moradores ao apartamento (Foto: Divulgação)Os comandos on-line são possíveis porque a Ihouse vende a tecnologia para prédios ainda em construção, que incorporam o sistema antes da conclusão do projeto -- por enquanto, nenhum prédio já construído sofreu alterações para adotar as novidades. Os comandos dados no celular vão para um roteador do condomínio, depois para um roteador do apartamento e passam por um gateway da companhia, que envia as ordens para dentro do imóvel -- essa rede interna com fios embutidos mistura as tecnologias de Ethernet e CAN (Controller Area Network).
O primeiro apartamento comandado por celular é esse do prédio high-tech no Itaim Bibi -- os outros apartamentos do edifício têm a mesma tecnologia, mas obedecem “apenas” aos comandos do painel de controle. Os interessados em dar ordens via celular podem incorporar essa alternativa futuramente, por um valor ainda não definido. Até o final do ano, a Ihouse (que investiu R$ 10 milhões no desenvolvimento desse sistema) espera entregar 150 apartamentos com estrutura tecnológica; 400 deles já foram vendidos em São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro e Manaus.
Painel de controle
Painel acende e apaga luzes (Foto: Divulgação)Mesmo sem acesso aos comandos via celular, os moradores que têm os paineis de controle dispõem de diversos recursos. Eles podem dispensar completamente o uso de chaves, já que as impressões digitais dos moradores funcionam como passaportes. Com uma programação específica feita pela empresa, esse toque pode desencadear uma série de comandos: quando o João chega em casa, todas as luzes até seu quarto devem ser acesas e a banheira tem de encher a 38º C, por exemplo.
Um painel colocado no chuveiro (e à prova d’água, é claro) tem três memórias com as preferências do usuário, considerando temperatura e força do jato. Câmeras espalhadas pela casa capturam imagens que podem ser acessadas via telefone celular ou computador, para que o proprietário tenha controle sobre o que acontece quando ele está fora.
Nos prédios inteligentes equipados pela Ihouse, a placa do carro dos moradores também é filmada por uma câmera que envia as informações a um banco de dados. O acesso só é liberado para as placas já cadastradas. Quando entra na garagem, o motorista tem a ajuda de um “manobrista digital”, um sistema de sensores instalado na parede com três cores: verde, amarelo e vermelho, sendo que esta última indica a hora de parar. Além de propiciar conforto, a tecnologia também coloca fim à barbeiragem.
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