Catarinenses projetam carro para cadeirantes

Foi durante uma conversa informal que os amigos Márcio Henrique David, Gilberto Mesquita, João Francisco Gil e Sérgio Murilo Schütz começaram a imaginar o projeto. O Pratyko, veículo para cadeirantes idealizado em Correia Pinto, na Serra Catarinense, é hoje uma realidade. Com 2,6 metros de comprimento e 1,6 metro de largura, o carro tem acelerador e freio manuais, localizados ao lado do volante, e câmbio com cinco marchas para frente e uma para trás.

O veículo tem velocidade máxima de 50 quilômetros por hora e motor de moto 250 cc, a gasolina. Vidros elétricos, GPS e sensores de estacionamento traseiro e lateral também fazem parte do protótipo, que deve ser aperfeiçoado em breve. “Antes de entrar no mercado, queremos que o Pratyko tenha pelo menos duas portas laterais, sistema de câmbio automático e banco para passageiro”, destaca Márcio, cadeirante desde criança.

Para entrar no carro, basta que o cadeirante acione a porta traseira através de um controle remoto. Ao ser aberta, ela faz descer um elevador que suporta até 200 quilos. Assim, o motorista pode estacionar de ré e descer diretamente na calçada. “Estamos estudando ainda a possibilidade de instalar controles manuais para que pessoas que não tenham deficiência física também possam dirigir”, complementa.

Em 2009, o projeto foi inscrito no Programa Sinapse da Inovação, desenvolvido para a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). No total, foram inscritos mais de 1,7 mil projetos. Destes, 60 receberiam suporte financeiro de R$ 50 mil.

O Pratyko garantiu sua vaga e, em setembro de 2009, a Equipe Mão na Roda recebeu a quantia determinada para desenvolver o protótipo. “A montagem partiu de um chassi tubular desenvolvido para o carro, sem base em outro veículo. Depois, foram incorporados motor de motocicleta e outros componentes, como suspensão e sistema de direção”, explica Márcio. “O objetivo foi baratear os custos e simplificar a reposição de peças”, diz.


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