Países negociam cooperação em tecnologia

Alemanha e Brasil trabalham ainda em segredo para que a Sociedade Fraunhofer, sediada em Munique e referência mundial em inovação tecnológica, instale um escritório em São Paulo. A ideia é firmar o pacto para aproximar a inovação acadêmica do mercado de alta tecnologia em 5 de maio, na visita ao Brasil do presidente alemão, Christian Wulff.
 
O Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), ligado à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), é inspirado na atuação da Sociedade Fraunhofer, entidade que agrupa 52 instituições de pesquisa avançada na Alemanha. A instituição europeia desenvolveria pesquisas aplicadas, sob encomenda do governo ou de empresas privadas, usando mão de obra das universidades brasileiras. A parceria é respaldada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), de acordo com documento do governo brasileiro, obtido pelo Globo.
 
A inovação é o carro chefe da visita oficial do presidente alemão a Brasília, informou uma fonte diplomática. Espelhado no caso chinês, que segundo o Banco Mundial deve 70% de seu investimento estrangeiro direto entre 1990 e 2005 à aproximação com empresas e o governo alemão, o Brasil observa o país europeu como aliado estratégico para desenvolvimento tecnológico.
 
Entre outros temas, o presidente Wulff deve apresentar à presidente Dilma Rousseff proposta para abocanhar parte do mercado de pesquisa naval, em expansão desde o início da exploração de petróleo na camada pré-sal. Deve oferecer um navio de grande porte, com capacidade para abrigar 24 pesquisadores, que estará à venda a partir de 2012. O Ministério de Ciência e Tecnologia já solicitou informações sobre a proposta.
 
Além da produção de etanol de cana-de-açucar, os alemães também estão de olho no mercado de terras raras, minerais de grande utilidade na indústria tecnológica e abundantes em solo brasileiro. Brasil e Alemanha negociam um acordo para estudo e a produção de insumos industriais a partir desses elementos químicos.


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