Abimaq quer salvaguarda contra avanço chinês

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) pediu ao governo a aplicação de medidas de salvaguarda transitória contra a importação de três produtos chineses. Na terça-feira, a entidade protocolou ação no Departamento de Defesa Comercial, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, alegando que as importações de caminhões-guindaste, válvulas tipo borboleta e chaves de fenda da China causam desorganização no mercado brasileiro.

De acordo com o diretor executivo de Comércio Exterior da Abimaq, Klaus Curt Müller, a situação é “gravíssima”. Ele argumenta que desde 2007, quando o País passou a importar caminhões-guindaste de até três eixos, a produção doméstica caiu de 141 unidades para apenas 37 no ano passado. Já as importações desse tipo de equipamento provenientes da China saltaram de US$ 2,76 milhões para US$ 76 milhões.

No curto espaço de cinco anos, a importação de chaves de fenda da China cresceu 424%. Passou de US$ 746 mil em 2005 para US$ 3 915 milhões em 2010. No caso de válvulas borboleta, houve redução da capacidade instalada brasileira de 14 mil peças por ano em 2006 para apenas 7,7 mil em 2010. “Um quilo desse tipo de válvula é importado hoje da China por US$ 5, enquanto o mesmo produto é comercializado por US$ 10 no resto do mundo”, afirma o diretor da Abimaq.

A salvaguarda transitória não se aplica em casos de defesa contra práticas desleais de comércio. Trata-se de mecanismo de proteção cujo objetivo é restringir os surtos de importação de produtos chineses que ameacem ou estejam causando desorganização no mercado de setores da indústria de produtos similares.


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