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O trem-bala entrou no radar do empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX. Executivos que representam seus negócios já analisam propostas de consórcios para se engajar na disputa pela obra de R$ 33,1 bilhões. Embora ainda não haja acordo formalizado, a equipe de Eike tem mantido relação próxima com o consórcio coreano, o único pronto para apresentar uma proposta comercial no leilão que ocorreria dia 16, mas que foi adiado para 29 de abril de 2011.
O peso que Eike Batista pode adicionar à disputa do trem-bala não é pequeno. Os movimentos recentes do empresário aproximam seus interesses aos dos coreanos. Em setembro, ele surpreendeu o mercado ao anunciar a venda de 11% de sua mineradora MMX para o conglomerado coreano SK Networks, numa transação de US$ 700 milhões. Na lista das 22 empresas que hoje compõem o consórcio coreano para a disputa do trem-bala, um dos principais parceiros é a SK C&C, divisão do conglomerado sócio da MMX.
Pelo lado do entretenimento, o trem-bala pode ser um projeto crucial para as novas investidas de Eike. Não é de hoje que o empresário está de olho nos negócios que serão gerados com a Olimpíada de 2016, no Rio. Em agosto, ele obteve linha de financiamento de R$ 146,5 milhões do BNDES para reformar o Hotel Glória, um dos mais tradicionais da orla carioca, que comprou em 2008. Nos últimos meses, também reestruturou a Real Estate X, empresa do grupo EBX que atua no mercado imobiliário. O mais provável é que a entrada do executivo no trem-bala se dê por meio dessa empresa.
O interesse de Eike Batista no trem-bala marca a entrada de incorporadoras imobiliárias nas negociações do projeto. O adiamento do leilão abriu espaço para a busca de novas parcerias. "Até agora pouca gente deu atenção aos negócios que serão gerados com a construção de hotéis, shoppings e com a nova concepção urbanística que as estações do trem vão gerar", diz o líder de um consórcio que preferiu não se identificar. "Em investimentos, esses projetos imobiliários envolvem valores equivalentes ao do trem-bala". Eike não é o único interessado. Analisam o projeto a Brookfield, Cyrela Brazil Realty, WTorre e JHSF.
Procurados, o grupo EBX e o consórcio coreano não comentaram o assunto.
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