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O setor industrial reduziu a produção para estabilizar estoques e chegar ao último trimestre sem excesso de itens acumulados. Com a margem de lucro elevada, as empresas programam aumentar as contratações e comprar mais matérias-primas nos próximos meses.
Os dados, que constam da Sondagem Industrial feita em outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de consulta a 1.529 firmas, indicam ainda que, entre as grandes empresas, o câmbio se tornou uma das principais preocupações.
Os industriais responderam que o ritmo de produção permanece alto, superior a 50 pontos, mas informaram que houve desaceleração entre agosto e setembro, com a pontuação passando de 55,1 para 53. Nessa metodologia, a pontuação varia de zero a cem, sendo positivas indicações superiores a 50.
No mesmo período, os estoques foram reduzidos de 51,4 pontos para 50,2 pontos. "A intensidade do crescimento caiu em setembro frente a agosto, isso ajudou a normalizar os estoques", afirmou o gerente da unidade de pesquisa da entidade, Renato da Fonseca.
Por segmento de atividade, a sondagem verificou que, em 19 dos 26 setores pesquisados, o índice de produção ficou acima dos 50 pontos. Entre esses subsetores, as maiores altas ocorreram nas fábricas de calçados, bebidas, produtos de limpeza, indústrias de plástico, borracha e de edição e impressão.
Outra indicação favorável é que as pequenas empresas, que possuem entre 20 e 99 empregados, reagiram melhor no terceiro trimestre que no segundo. O índice de evolução da produção para o segmento, que estava em 50 pontos em junho e julho, subiu para 52 pontos em agosto e setembro.
A Sondagem Industrial reflete o otimismo do setor. Pela primeira vez desde o início da série em 2007, os industriais responderam que estão satisfeitos com a margem de lucro e com a situação financeira dos negócios. Também avaliaram que o acesso ao crédito se normalizou após a queda verificada na crise financeira global.
Em termos de perspectivas para os próximos seis meses, os industriais planejam aumentar o número de trabalhadores contratados e reforçar as compras de matérias-primas. Em ambas, a pontuação ficou superior a 50 pontos e acima da média histórica. Essa programação está vinculada à avaliação dos empresários de que a demanda interna se manterá aquecida.
Entre os problemas citados, a falta de mão de obra qualificada desponta como preocupação crescente, menor apenas que a carga tributária e a competição acirrada.
O câmbio é citado como o terceiro principal obstáculo, para as grandes empresas. Segundo Fonseca, esse é o segmento mais afetado pela desvalorização do dólar. Além da perda da competitividade no exterior, essas empresas enfrentam também maior concorrência com os fornecedores estrangeiros no mercado doméstico.
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