A importância das minas chilenas de cobre para a indústria brasileira

O resgate de 33 trabalhadores que ficaram presos em uma mina de cobre no Chile a 700 metros de profundidade durante mais de dois meses atraiu os holofotes de todo o planeta nesta semana. A sobrevivência de todos os mineiros espantou a população mundial e chamou a atenção para as precárias condições de trabalho dos profissionais no país que é o segundo maior produtor de cobre do globo. Em 2009, o Chile produziu 3 milhões e 271 mil toneladas do minério (17,8% da fabricação global), ficando somente atrás da gigante China (22,5%).

O cobre chileno é de fundamental importância para o Brasil, que hoje consome mais o minério do que produz. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a indústria nacional de condutores e cabos elétricos importou 50,4% do concentrado de cobre consumido em território brasileiro. Desse total, 94,5% era de origem chilena – o restante veio de Portugal.

Quanto o assunto é a importação de cobre refinado, os números são parecidos. Quase 82% do material comprado no exterior foram adquirido no Chile. O relacionamento com os produtores chilenos é liderado pela Associação Brasileira do Cobre (ABC), que atua em benefício dos produtores e importadores brasileiros.

De acordo com dados do Sindicato dos Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel), o déficit da indústria nacional do cobre, entre janeiro e julho deste ano, cresceu 87% em relação ao mesmo período do ano passado. Compra-se muito mais no exterior do que o minério consumido internamente ou exportado.

Em âmbito internacional, a gigante chilena Codelco está animada com a expectativa de forte crescimento da demanda chinesa de cobre. Atualmente, os chineses são responsáveis por um terço do consumo mundial, índice que deve chegar a 50% em nos próximos anos. A Codelco é a principal mineradora de cobre no mundo e detém mais de 11% da produção global.


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