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No Laboratório de Robótica, Soldagem e Simulação (LRSS), da Universidade federal de Minas Gerais (UFMG), alunos e professores trabalham no desenvolvimento de um robô capaz de fazer soldagens orbitais em dutos de gás e óleo. Coordenado pelo professor Alexandre Queiroz Bracarense, o sistema robótico é desenvolvido em parceria com as empresas Coonai Service e Rotech Tecnologia Robótica.
Além do problema causado para a saúde do operador na soldagem manual de dutos, por ser em uma posição nada ergonômica, in loco e muito próximo ao chão, a soldagem feita pelo robô do LRSS garante maior produtividade e repetibilidade na operação, impossível de ser obtida manualmente. Em resumo, o trabalho é realizado em situações adversas para o homem, com melhor qualidade e em menos tempo.
O robô utiliza os métodos de soldagem por arame sólido e tubular, em soldas orbitais (é a tocha de soldagem que se movimenta, enquanto o tubo fica parado). O manipulador do sistema robótico em questão, que é revestido por uma carenagem, protegendo os componentes internos de sujeiras e intempéries, foi idealizado para ser compacto, leve, de fácil locomoção e fixação no tubo. Este procedimento permite a soldagem em diversas posições (plana, sobre-cabeça e vertical, podendo ser ascendente ou descendente).
Este método de execução da soldagem também possibilita a diminuição do retrabalho nestas soldas. Agora, o próximo passo para colocar o robô a trabalhar em projetos reais é desenvolver uma forma de realizar os biseis também de forma automática. Mas ainda assim, mesmo sem o desenvolvimento desta outra técnica, o ganho de produtividade e qualidade alcançado com a utilização do sistema robótico na execução dos passes de enchimento e acabamento é superior ao realizado manualmente na soldagem com eletrodo revestido.
O professor Bracarense lembra que "desde o começo, o projeto que sustentou o desenvolvimento do LRSS foi o de soldagem robotizada". E parece que o laboratório agora colhe os frutos de seu trabalho, que se iniciou em 1995, com a sua criação.
Soldagem subaquática
Outro projeto do LRSS, desenvolvido em parceria com o Cenpes, laboratório de pesquisas da Petrobras, e com a Universidad Central de Las Villas, de Cuba, foi o de soldagem subaquática. O laboratório trabalha em desenvolver eletrodos revestidos do tipo rutílico que possua impermeabilidade capaz de eliminar a fase de secagem do processo, permitindo sua utilização em baixo da água.
O trabalho será apresentado pela primeira vez no Rio Oil and Gas Conferece que se realizará no Rio de Janeiro, em setembro. O processo se baseia em substituir aglomerante (silicato líquido de potássio e sódio) por polímeros em solução, que criaria esta característica impermeabilizante.
Segundo o professor Bracarense, "o grupo [do LRSS] tem como objetivo contribuir para o aperfeiçoamento técnico-científico de profissionais na área de automação de processos de soldagem, no desenvolvimento e implementação de novas tecnologias". O LRSS é um dos laboratórios do Departamento de Engenharia Mecânica (Demec) da UFMG, que possui, atulmente, 1050 alunos, distribuidos entre os quatro cursos de graduação (engenharia mecânica, de minas, de produção e metalúrgica) e da pós-graduação em engenharia mecânica.
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