Índice do setor fechou ano em alta, impulsionado por anúncios de investimentos públicos e inovações tecnológicas nos automóveis
Por Carbono Brasil, por Paula Scheidt
13/01/2010
Fotos: Divulgação
Programas governamentais de ‘estímulos verdes’ e os avanços nos carros elétricos deram um empurrão para o bom desempenho das ações do setor de armazenamento de energia e eficiência energética, que foram as responsáveis pela subida do WilderHill New Energy Global Innovation Index (NEX) no ano passado, principal índice de energia limpa do mundo.
Segundo a Bloomberg New Energy Finance, o índice registrou um crescimento de 39,7% em 2009, encerrando o ano em 248,68 pontos, praticamente o dobro do alcançado em 9 de março (132,03), mas ainda longe do recorde de 468,75 de 8 de novembro de 2007. Em 2008, o NEX caiu 61%.
“As ações de energia limpa sofreram durante a crise financeira porque os investidores fugiram de novas ações com alto crescimento em setores com sede de investimentos. 2009 viu um começo da recuperação da confiança”, avalia o CEO da New Energy Finance, Michael Liebreich.
Liebreich lembra que grandes economias prometeram US$ 177 bilhões em ‘estímulos verdes’ para o setor de energias limpas em 2009, com grande parte deste dinheiro chegando às empresas em 2010 e 2011. “Os que ganharem as maiores fatias desta quantia serão os indutores do desempenho dos preços das ações nos próximos meses”, disse.
As ações das nove empresas do setor de armazenamento de energia listadas no NEX subiram 120% ao longo do ano, com a fabricante de carros elétricos e baterias BYD, listada na bolsa de Hong Kong, crescendo 439%, e a fabricante de ultracapacitores Maxwell Technologies, da Nasdaq, 252%.
As ações das 17 empresas que atuam no setor de eficiência energética listadas no NEX cresceram 48% em 2009, lideradas pela companhia Epistar, com 315% de alta, e as norte-americanas EnerNOC e Cree, com ganhos de 308% e 255% respectivamente.
Novos investimentos
Segundo a Bloomberg New Energy Finance, os novos investimentos em energia limpa em 2009 totalizaram US$ 145 bilhões, uma queda de apenas 6,5% com relação ao pico alcançado em 2008, de US$ 155 bilhões. A principal razão para o que a consultoria chama de ‘resiliência’ do setor na pior recessão mundial em 60 anos teria sido os bons números na Ásia, em particular das eólicas na China.
Pela primeira vez, os novos investimentos na Ásia e Oceania, que somaram US$ 37,3 bilhões, foram maiores que nas Américas (US$ 32 bilhões). O crescimento com relação a 2008 foi de 25%, impulsionado principalmente pelo setor eólico. Nas Américas, o cenário foi o oposto: uma queda de 25%.
Enquanto os países europeus e americanos viram quedas nos investimentos por causa da crise financeira (com a falta de novo crédito por parte dos bancos comerciais), a China viu uma onda de investimentos, levados principalmente pelo interesse do governo em diminuir suas emissões de gases do efeito estufa.
“O foco da China até recentemente era principalmente construir uma base para a indústria doméstica, particularmente de eólicas e painéis fotovoltaicos. O que mudou em 2009 foi o foco para aumentar a capacidade de geração chinesa para atender a demanda, que é claramente uma das maneiras do país atingir o compromisso de reduzir emissões proporcionalmente ao seu PIB (Produto Interno Bruto)”, comenta Liebreich.
O destaque no mercado foi a abertura de capital (IPO) da desenvolvedora de projetos eólicos China Longyuan Power em dezembro, que alcançou US$ 2,6 bilhões, maior IPO de energia limpa em qualquer lugar do mundo em dois anos.
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