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Encontro deve terminar com um acordo pífio, que adia para 2010 o combate ao aquecimento global
A manhã foi ensolarada, mas escureceu cedo ontem na gelada e apreensiva Copenhague. O fracasso da conferência do clima da ONU parecia iminente. Salvo uma reviravolta de última hora, o encontro deve terminar com um acordo pífio, que adia para 2010 a definição dos principais pontos da estratégia de combate ao aquecimento global.
Divergências, principalmente entre EUA e China, travam um acordo amplo e devem ficar para ser resolvidas em outra reunião, a menos que o presidente Barack Obama, que chega hoje a Copenhague, faça concessões improváveis, como aceitar uma maior redução nas emissões de gases nos EUA.
Ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou o que já diziam os cartazes de organizações ambientalistas espalhados pela capital da Dinamarca antes da CoP-15. Lula afirmou que, se não articularem um acordo mínimo, os líderes serão lembrados no futuro como os "dirigentes que foram incompetentes para salvar o planeta enquanto era possível".
À noite, Lula, Sarkozy e os primeiros-ministros da Alemanha, Angela Merkel, e do Reino Unido, Gordon Brown, realizariam uma reunião, quase uma minicúpula, com outros líderes para tentar salvar Copenhague do fracasso. Eles deveriam se reunir após jantar com a rainha da Dinamarca.
Os EUA finalmente anunciaram ontem um comprometimento de ajuda financeira para um fundo de US$ 100 bilhões ao ano com o objetivo de financiar ações contra o aquecimento global nos países em desenvolvimento. Mas a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, deu poucos detalhes. Não disse qual seria a contribuição dos EUA nem de onde viria o restante do dinheiro. Mas condicionou a ajuda americana à aceitação pela China de inspeções externas do cumprimento da meta de emissões de gases-estufa anunciada por Pequim. Essa exigência pode ser estendida para o Brasil. Tanto o governo brasileiro como o chinês rejeitam auditoria externa de suas metas.
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