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Foto: Divulgação
Se – com grande ênfase no condicional – um acordo político de peso for obtido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), que começou na segunda-feira (7/12) em Copenhague, na Dinamarca, e se – o mais importante – esse acordo for implementado, o mundo poderá ter 50% de chance de evitar um aquecimento global de mais de 2º C, considerado como limite para uma catástrofre climática.
A afirmação – e os condicionais – são de Nicholas Stern, conselheiro do governo britânico para assuntos de mudanças climáticas, e serve de alerta para as negociações que chamarão a atenção do mundo nessas duas semanas.
O economista coordenou o documento, que acabou conhecido como “Relatório Stern”, encomendado pelo governo britânico e publicado em 2006 que analisa os impactos econômicos das mudanças climáticas. Segundo o documento, com um investimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, pode-se evitar a perda de 20% do PIB em 50 anos.
Stern, que dirige o Centro para Economia e Política em Mudanças Climáticas na Escola de Economia e Ciência Política de Londres, divulgou na semana passada novo relatório, Deciding our future in Copenhagen: will the world rise to the challenge of climate change?, no qual discute quão perto – e longe – o mundo se encontra de se tornar “climaticamente responsável”.
“É possível criar uma chance de 50% de evitar um aumento na temperatura média global de mais de 2º C, que muitos cientistas encaram como limite para uma mudança climática perigosa. Para isso, precisamos suspender a reverter o crescimento das emissões anuais de dióxido de carbono e de outros gases estufa, reduzindo de cerca de 47 bilhões de toneladas em 2012 para cerca de 44 bilhões de toneladas em 2020. E diminuindo para muito menos de 20 bilhões em 2050”, destacou Stern.
“Mas se somarmos as intenções mais ambiciosas de reduzir as emissões que foram anunciadas até o momento, elas representariam, caso sejam realmente colocadas em prática, um total que ainda está pelo menos 2 bilhões de toneladas acima da meta de 2020”, disse.
“Apesar dos progressos que temos visto em compromissos para cortes de emissões de gases estufa, um grande desafio é fazer com que os países mais ricos forneçam apoio financeiro suficiente para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e se adaptar aos impactos que não podem mais ser evitados”, afirmou.
Segundo Stern, que foi economista chefe e vice-presidente do Banco Mundial, os países mais ricos deveriam destinar US$ 50 bilhões por ano, ou cerca de 0,1% de seu PIB, até 2015, para auxiliar as nações em desenvolvimento nesse sentido, valor adicional ao que já foi comprometido.
“Um acordo agora está nas mãos dos líderes mundiais, que podem tomar decisões por toda a extensão de assuntos políticos relacionados às mudanças climáticas. Eles devem demonstrar determinação e visão. Temos que ter um acordo que garanta que as gerações futuras possam aproveitar as oportunidades de crescimento sustentável oferecidas pela economia de baixo carbono e que elas estejam livres dos graves riscos caso nada seja feito. Não podemos bancar o custo de um fracasso [nas negociações]”, destacou.
Delegados de 192 países estão reunidos em Copenhagen, mas os principais líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, só estarão presentes na semana que vem, no fim da conferência.
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