Técnicas de otimização do processo produtivo

Veja a segunda parte da entrevista com Sandro Cantidio e confira outras possibilidades de benefícios para sua empresa

Fotos: Divulgação

Leia a segunda parte da entrevista exclusiva de Sandro Cantidio, especialista em otimização de processos, e descubra os benefícios que as técnicas de otimização podem trazer para a sua empresa.


- Sandro, explica para a gente algumas técnicas de otimização de produção.

Sandro Cantidio
- (Single Minute Exchange of Die) ou Troca Rápida de Ferramentas, colabora na flexibilidade do processo para atender à demanda de produção è as necessidades dos clientes pois possibilita setup (ajustes de máquina, troca de ferramentas) de forma rápida, eficiente e com mínimo de erros. A TRF evita a formação de grandes volumes de estoque que ocorrem quando o tempo de setup é alto. A TRF colabora para eliminar erros de ajuste e regulagens.

Kanban: significa marcador, cartão, sinal ou placa (em japonês). Trata-se de uma metodologia de produção e movimentação de materiais dentro do Just in Time. O kanban serve para controlar a ordem das atividades em um processo sequencial, indicando a necessidade de se produzir ou de mais material. Trata-se de um controle físico e visual, e tem como objetivos eliminar faltas de componentes, reduzir estoques intermediários e descentralizar a gestão dos departamentos.

Produção puxada: os materiais avançam para a próxima etapa somente se forem puxados pela mesma, evitando o acúmulo de estoques.

Andon: é um instrumento de gestão visual que tem como finalidade, além de informar problemas em processo como paradas de máquina, também indicar quando o processo está atrasado em relação ao Takt Time.

Controladores de produção via CLP: CLP é a abreviatura de Controlador Lógico Programável e trata-se de uma unidade eletrônica digital de hardware e software que utiliza memória para armazenar os comandos de funcionamento dos equipamentos. Os CLPs são muito utilizados em automação industrial. Os controladores de produção são sensores conectados à CLP que funcionam como atuadores, enviando sinais para computadores integrados. Estes computadores controlam, de forma manual ou programada, o equipamento e a produção.

QSB: Quality System Basics é uma norma complementar à ISO/TS 16949 criada pela General Motors em 2002 visando a implementação nos fornecedores “top focus” e, posteriormente em 2007, passou a ser requisito obrigatório para todos os seus fornecedores. A sistemática do QSB direciona para ações que visam a redução dos custos operacionais, transformam a organização de reativa para pró-ativa, mantém a integridade da manufatura através das auditorias escalonadas e promove a comunicação através de reuniões para respostas rápidas para os problemas.

Auditoria Escalonada: é a verificação da conformidade de um processo documentado, visando impor disciplina, melhorar a comunicação e aperfeiçoar a qualidade como um todo, abrangendo desde o recebimento até a expedição.

PDCA: é a abreviatura da sigla Plan-Do-Check-Action. Trata-se de um ciclo de desenvolvimento idealizado por A. Shewhart na década de 20 e amplamente aplicado por E. Deming na década de 50. O PDCA torna mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, dividindo-a em quatro principais partes (Planejamento/Plan – Execução/Do – Control/Controle – Action/Ação). O PDCA começa pelo planejamento; em seguida, a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas; checa-se ou verifica-se o que foi feito e compara-se como que foi planejado constantemente e repetidamente, e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos reduzir defeitos no produto ou no processo.

OEE: é a abreviatura para a sigla Overall Equipment Effectiveness, ou Eficiência Global dos Equipamentos, sendo o OEE um indicador da atividade TPM, ou Total Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total.

- Como praticamos o Lean Thinking em nossa rotina?

(SC) - O conceito de 5’S refere-se a arrumação, organização, limpeza, assiduidade, disciplina e higiene. Praticamos estes conceitos diariamente em nossos lares e no nosso local de trabalho. Quando promovemos a arrumação da casa ou da garagem, quando limpamos o jardim e organizamos os objetos nas prateleiras, usamos roupas limpas e procuramos cumprir com o horário em nossos compromissos, estamos promovendo os conceitos do 5’S em nossa vida.

O 5’S nada mais é do que um permanente processo de educação que irá gerar qualidade de vida, tanto no aspecto pessoal quanto no ambiente de trabalho. O Kanban refere-se a um conceito de controle visual, seja por meio de cartões ou controle físico. Realizamos kanban quando verificamos a necessidade de irmos ao supermercado para abastecer nossa despensa. Compramos exatamente aquilo que está faltando ou aquilo que está acabando. Fazemos uma lista de compras (ou check list) dos produtos que precisamos comprar e vamos às compras a fim de repor nossos estoques. Compramos exatamente na quantidade que precisamos no tempo necessário (prática Just in Time, ou seja, produzir-se quando o cliente quer e na quantidade que ele deseja).

Existem diversas atividades enxutas que praticamos diariamente, porém não nos atentamos para elas. Além do 5’S, do kanban, do JIT, também é justo dizer que procuramos sempre executar tarefas domésticas de forma cada vez mais rápida e com o menor esforço possível. Atuar em equipe também é prática comum, como por exemplo ajudar nas tarefas domésticas. O que precisamos trazer é este conceito para dentro das empresas. O conceito de pensamento enxuto e práticas enxutas.

Saiba mais sobre Sandro Cantidio e conheça o blog do entrevistado.

Leia a primeira parte da entrevista com Sandro Cantidio no CIMM.


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