Quer mudar de emprego? Fale com sua avó...

Como o Networking, ou as redes sociais, ajudam a encontrar as oportunidades

Foto: Divulgação
Por Carlos Eduardo Paladino Alvino*

"Finalmente deixei meu emprego! Estava cansado daquela lengalenga diária e nada de novo. Já havia falado com meu chefe que eu precisava algo novo, sabe, para me manter motivado e aprendendo. Nem o aumento de 10% que me deram no começo do ano ajudou a melhorar meu astral. Afinal, que diferença faz 10% a mais? Motivaria se dobrasse o ganho.

Então chutei o balde!

Saí na Sexta-Feira e na Segunda-Feira estava com o meu novo CV pronto, era hora de começar a correr atrás do que eu queria:
  • O dobro do salário;
  • Uma empresa jovem;
  • Um serviço desafiante;
  • Gente interessante;
  • Um trabalho na minha área;

Entrei nos sites de empregos, mas tudo ali era estranho, muita conversa, muitas dicas, e muita coisa que eu levaria 10 anos para ler e talvez não apreendesse nada de novo, pois o que eu queria era um emprego e não conversa. Em alguns precisavam de gente super hiper qualificada para...fazer a mesma coisa que eu já fazia sem MBA, nem curso superior; afinal eu mal havia terminado a faculdade, a grana ficou curta depois que me casei, sabe como é...

Bem, depois de me inscrever em todos eles; nos que eu achava que eu servia e nos que eu estava certo que não eu serviria, mas precisava tentar, e com pensamento positivo, pensar que daria certo, passaram-se dois dias e nada aconteceu, comecei a ficar nervoso na quarta-feira de manhã; Droga! Acho que vou me arrepender de ter saído de onde estava, afinal não era assim tão ruim e ao menos dava prá pagar as contas.

Nada disso, xô depressão!

Então peguei o celular e comecei a ligar para os amigos da balada, falei com vários. Cara, na balada eu sabia fazer amigos e amigas. Mesmo depois de casar, eu e minha esposa – nossa que coisa mais formal, só para morar junto – ainda saímos muito, mais de duas vezes por semana e no fim de semana nem ficávamos no ap., era reunião no barzinho, na casa dos amigos, na balada de sexta até sábado, puxa que vida legal! Até compensava o dia a dia maçante no trampo.

Na quarta-feira eu acordei irado, e depois de falar com todos os 40 nomes na agenda do meu celular anunciando que eu estava caçando uma oportunidade, e dizer o que eu queria achar prá todos meus amigos e amigas... acabou o crédito do meu celular. E as minhas chances começaram a ficar cada vez menores, pensei eu. Então fui almoçar na casa de minha avó, precisava falar com alguém, abrir meu coração e de mais a mais o macarrão dela era ótimo!

Meus amigos estavam empregados. Todos eles. Vários em advocacia, outros em publicidade, alguns em call centers, e outros tantos no comércio, e uma penca deles  na área administrativa. Mas nenhum deles na minha área: Informática.

Entrei em pânico! Seria o fim de minha carreira!

Mas minha avó me consolou e disse que falaria com algumas amigas dela no centro de convivência. Eu fiquei tocado pela atitude dela, espero que ela se lembre disso, afinal a memória dela anda tão fraquinha...

Estava escarrapachado no sofá da sala dela, curtindo o sono depois do almoço, pensando no que iria dizer em casa para minha mulher, quando finalmente, o meu celular que já estava na banguela, tocou...

-Hei cara tudo bem? Olha depois que me ligou aqui no escritório hoje cedo, falei com a advogada chefe e ela me disse que estava doida atrás de um técnico de informática, um profissional de confiança. E então como você tinha me ligado pela manhã, eu disse prá ela que tinha um amigo que poderia servir, fiz tua fama, cara! Ela tá esperando hoje depois do expediente, as 18:30hs, para conversar melhor, aqui é muito agitado.

-Putz cara, caiu do céu! Legal, hein! Adorei, você que é amigo... mas como é a tua chefe?

-Relaxa, ela é uma senhorinha muito legal, advogada, profissionalissima, tem uns 60 anos, sabe das coisas... e você talvez seja o primeiro técnico fixo do escritório, sabe como é, estamos crescendo muito, tem uns 20 advogados aqui e ninguém manja nada de informática.

-E ela paga bem?

-Bem... você me disse quanto ganhava, e eu aproveitei e chutei o dobro para ela, e ela não reclamou, mas disse que precisava ser gente de confiança...

Então, na sexta-feira eu estava desempregado, hoje é quinta-feira, 6 dias depois e estou começando com tudo que eu desejava, até acho que vou estudar Direito, cara esse negócio aqui é bom! Não quero sair daqui nunca mais!"



Network Complementar: esse é o nome da técnica que nosso amigo acima, instintivamente usou para conseguir o seu novo e excelente emprego. Ocorre todos os dias a toda hora. Depois de pesquisar em todos os sites e escrever e mandar CVs para todas as empresas “certas” do jeito “certo”, o candidato descobre para surpresa dele que no fim quem o indica para uma boa e nova posição, é um amigo que nada tinha a ver com a profissão dele, ou... a avó dele de 82 anos, e isso porque ela falou com a outra amiga dela no centro de convivência da terceira idade, durante a partida de “buraco”,  e contou o drama do netinho, e aí essa outra avozinha, falou com o filho dela que é dono de uma empresa assim, assado e na semana seguinte o netinho está empregado e com todas as melhores referencias do mercado:

Afinal quem não confia em uma indicação da própria avó?

O Networking funciona, mas funciona melhor quando as pessoas que o fazem são de áreas diversas e/ou competências diversas, idades muito diferentes, interesses absolutamente estranhos uns aos outros, porém por razões curiosas estão conectados em redes sociais informais. Por exemplo, os “amigos da balada”, os “caras do clube de pesca”, “os parceiros de tênis”, ou as “namoradas dos meus irmãos”, e até mesmo e com muita freqüência a “associação de crochê” que a mãe do tio de meu amigo convidou a minha mãe para participar, a “associação de jardineiros de fim de semana” e o “grande clube de bolinha de gude da terceira idade”, isso sem falar nos “clubes de bocha” e nos churrascos na casa do amigo do “sogrão”.

Comece a enumerar suas redes sociais informais, aquelas com gente de “carne e osso” e vai se surpreender em como o investimento de tempo e atenção ao vivo para com seus amigos, amigas, parentes e colegas fora do ambiente profissional podem render as melhores e mais interessantes oportunidades em sua existência.

Essas redes sociais informais, são as melhores e as que de fato funcionam, são comuns no Brasil (mas são raríssimas no exterior), fazem parte de nossa rica cultura local, e por incrível que pareça sempre estiveram em nossas vidas, (muito antes da web tentar se apossar delas) e em geral envolvem pessoas que se conhecem fora dos ambientes de trabalho, e que no mais das vezes prestam auxilio e serviços de apoio e assistência umas as outras e as permitem conhecerem-se no que elas tem e praticam melhor em nosso amado País:

A Solidariedade!

"Faz uma semana que falei com minha avó sobre meu caso e hoje tenho uma entrevista com o dono de uma empresa de tecnologia, eles tem uma vaga de coordenador de Informatica e precisam de um sujeito de confiança.

Foi minha que avó me indicou..."

*Sobre o autor:

Carlos Eduardo Paladino Alvino, é autor, africanista, palestrante, empresário, executivo internacional e ativista da caridade pessoal, tem atendido e apoiado milhares de pessoas em dificuldades com serviços prestados à comunidade de idosos, doentes terminais, em estado de coma, e crianças carentes portadores de Asperger e Autismo Funcional, na região de São Paulo nos últimos 32 anos. Foi instrutor e organizador de cursos espiritualistas e de motivação por mais de 20 anos no Centro Espírita Bezerra de Menezes no Parque Klabin em SP. É também especialista em tecnologia de comunicação digital e wireless e é autor de 30 livros nas áreas de Eletrônica, Cibernética, Celular Wireless e Atendimento ao Cliente, Vendas e Marketing, e também na área de bem estar, com livros publicados sobre Alquimia Moderna, Bem-Estar, Mitologia Africana, Autismo Funcional, Comunicação Multiversal, e Técnicas Binaurais.

Com formação técnica em Telecomunicações e Eletrônica pela Escola Francisco Moreira da Costa de Santa Rita de Sapucaí em Minas Gerais, no Vale da Eletrônica, com mais de 30 cursos de aperfeiçoamento no Brasil e Exterior em wireless, tecnologia da informação, comunicações, psicologia de vendas, neurolinguística, pedagogia e áreas correlatas. Profissional com 33 anos de carreira na área de tecnologia de ponta, atendeu e atende a grandes companhias como chairman, conselheiro, presidente, diretor, consultor e técnico, em 35 países em todos os continentes.


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