Notícias
Foto: Divulgação
Cerca de 4 mil metalúrgicos das indústrias de autopeças, máquinas e fundições instaladas na região do Grande ABC (SP) decretaram na quinta-feira, 17, o início de greve geral por tempo indeterminado para reivindicar condições semelhantes às obtidas pelos trabalhadores das montadoras, que na semana passada chegaram a um acordo com os fabricantes de veículos de 6,53% de aumento mais abono de 30% sobre o piso salarial. Para eles, descontado o INPC (4,44%), o aumento real chegou aos 2% e o bônus aos R$ 1,5 mil. Com o anúncio da greve, cerca de 60 mil metalúrgicos devem deixar de trabalhar nas indústrias da região a partir de hoje.
Em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, os trabalhadores rejeitaram qualquer outra proposta que não semelhante à apresentada pelos fabricantes de veículos. Conforme o comunicado da entidade, o presidente do sindicato, Sergio Nobre, afirmou aos trabalhadores que "a crise acabou" e por isso "agora é greve a partir de já".
Depois das montadoras, o grupo das autopeças é o que reúne o maior número de metalúrgicos no Grande ABC, 26 mil pessoas, segundo o Sindicato.
Do lado das empresas, o discurso é de que é preciso que os metalúrgicos entendam que a situação, principalmente das autopeças, é diferente por conta da maior concorrência com componentes importados. Aliado a isto, os empresários têm reclamado também dos reajustes nos preços do aço praticados pelas siderúrgicas desde o começo do mês, de 10% em média. Os apelos, no entanto, não parecem estar surtindo efeito.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, durante a semana cerca de 14 mil trabalhadores realizaram paralisações em 35 fábricas para protestar contra as propostas apresentadas pelas empresas.
Também no Estado de São Paulo, na terça-feira os trabalhadores da Honda e da Toyota, na região de Campinas, conquistaram 5,32% de aumento real, o maior reajuste obtido pela categoria no país até o momento. Já no Paraná, os trabalhadores da Volkswagen, em São José dos Pinhais, mais uma vez não aceitaram a proposta da montadora e mantiveram a greve, que teve início no último dia 03.
No caso dos trabalhadores da indústria de máquinas e equipamentos, segundo comunicado da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos, vinculada à CUT, o reajuste salarial de 5,6% também foi rejeitado e o aviso de greve já foi dado à Abimaq (entidade que reúne os fabricantes).
Gostou? Então compartilhe:
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa