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Foto: ABIMEI
Com pesquisas e alta tecnologia, material ganha espaço e traz vantagens em relação aos metais
Há alguns anos, os carros eram planejados para ter a maior resistência possível. Com estruturas pesadas, o consumo de combustível crescia e, além disso, o risco de ferimento aos condutores e passageiros em caso de acidente era ameaçador. As montadoras passaram então a deixar a robustez para o motor e construir carros mais práticos, leves e com alta capacidade de absorção de impactos. Para possibilitar isso foi necessário investir em alta tecnologia para aumentar a presença de componentes de plástico nos veículos.
"Antes até o farol era todo de vidro, agora muitos itens são de plástico. Um exemplo é o parachoque. Entes uma peça pesada, agora ele é feito de plástico para absorver o impacto em batidas", esclarece o Coordenador da Câmara Setorial de Plásticos da ABIMEI, Roberto Guarnieri. Segundo ele, soluções como esta surgem em ritmo acelerado com grandes investimentos no desenvolvimento de plásticos de alta tecnologia dos últimos anos. "Os veículos tem que cumprir diversas normas de segurança e, para isso, tem sido criado plásticos com especiais", explica.
Foi por sentir esta demanda do mercado que a Sabic Innovative Plastics avançou nas pesquisas para atender ao setor automotivo. Para o gerente geral de automotivo da empresa para a América do Sul, Edson Simielli, estas especificações de segurança impulsionaram o desenvolvimento da indústria de plásticos. "Fornecemos hoje materiais anti-chamas e atóxicos. Um deles é o noryl flexível indicado para os cabos elétricos dos veículos em substituição do PVA, um material nocivo à saúde", destaca.
Entre os motivos para as empresas aumentarem a presença dos plásticos nos carros Simielli enumera a busca constante das montadoras para tornar os veículos mais leves, a possibilidade de atender as novas tendências de design com formatos arredondados que chapas metálicas não conseguem atender. "Além disso, o plástico aumenta o tempo de vida útil dos veículos, já que não enferruja e pode ser fabricado na cor desejada, sem necessidade de pintura, e atende à uma preocupação cada vez mais frequente das companhias com o meio-ambiente", explica o profissional.
Simielli destaca que todos os plásticos criados pela Sabic são 100% recicláveis e também há linhas de "plástico verde". "Um deles é composto por fibras naturais e desenvolvemos também o processo de despolimerização - que recupera matérias primas originais de garrafas PET para produzir outros plásticos", revela.
Segundo ele, com cada 850 gramas de garrafas é possível produzir um quilo de plástico. "A indústria automotiva está se interessando por isso para produzir as maçanetas de portas dos veículos", revela.
Uma das montadoras que está investindo na fabricação de carros com itens de plásticos é a brasileira TAC - Tecnologia Automotiva Catarinense. A empresa, fundada em 2004, chegou ao mercado com a intenção de utilizar alta tecnologia para desenvolver veículos, entre elas "modelos matemáticos, análise virtual de protótipos e elementos finitos para o dimensionamento dos componentes com responsabilidade estrutural", conforme esclarece o responsável pelo pós venda e qualidade da companhia, Carlos Simal.
Sob o ponto de vista do profissional, a grande barreira para uma expansão mais ampla dos plásticos neste mercado é o alto custo do ferramental e das matérias-primas. Em contrapartida "a introdução do material nesta indústria permitiu a maior facilidade de montagem e reparabilidade dos componentes dos veículos", conforme conta ele.
Para os próximos anos, as empresas do segmento têm expectativas bastante positivas. "No Brasil hoje os carros têm cerca de 5,8% do peso total em plástico. Vemos no exterior veículos com até 12,5%", revela o gerente da Sabic. Ele alerta para um grande potencial de crescimento destes componentes no BRIC, bloco de países emergentes que abrange Brasil, Rússia, Índia e China e tem registrado um grande crescimento da indústria automotiva.
Para a TAC, o "carro do futuro", aquele utilizado no dia a dia, será praticamente descartável, com maior massa plástica, conforme explica Simal. Com a intenção de acompanhar esta tendência a empresa já está fabricando veículos com capôs, parachoques e paralamas de plástico e ainda pesquisando a aplicação do material em outras partes do veículo.
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