Vale e Baosteel voltam a negociar usina

Fonte: IBS - 25/04/2007

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) respondeu de imediato à compra, anunciada segunda-feira, de fatia da MMX pela Anglo American. A Vale informou ontem em Pequim e no Rio de Janeiro que reiniciou as negociações com o Baosteel Group Corp. para a construção de uma unidade de produção de placas de aço no Maranhão, que pode custar cerca de US$ 4 bilhões.

A Baosteel, maior siderúrgica da China, fornecerá de 80 a 90% do financiamento para a unidade, que deverá custar entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões e ficará em São Luís, capital do Maranhão, disse ontem em entrevista concedida em Pequim, na China, Pedro Gutemberg, diretor da área de Tecnologia Ferrosa da Vale.

O governo chinês está estimulando a expansão de suas siderúrgicas no exterior, num momento em que o país dificulta os procedimentos de aprovação para a abertura de usinas na China, país que é o maior consumidor mundial de aço.

A Vale pretende atrair siderúrgicas estrangeiras para o Brasil com a intenção de aumentar as vendas de minério de ferro, matéria-prima utilizada na fabricação do aço. A companhia informou também que está estudando a implantação da segunda fase de uma siderúrgica na China, que será a maior unidade de aço semi-acabado daquele país, com produção de 7,5 milhões de toneladas.

As ações da Baoshan subiram 2% ontem, fechando à cotação de 11,53 iuanes em Xangai e superando o ganho de 0,4% do índice referencial da China.

O Baosteel, sediado em Xangai, e a Vale haviam planejado investir US$ 1,5 bilhão na primeira fase da unidade, que deveria produzir 4,1 milhões de toneladas de placas de aço por ano a partir de 2007, disse Sun Mengxiang, funcionário do Baosteel responsável pelo projeto. As decisões sobre construção da unidade se depararam com um impasse em 2005, após os custos do projeto terem subido devido a questões ambientais.
Iniciativa da Arcelor

Por sua vez, a Arcelor Mittal, a maior siderúrgica mundial, e o Hunan Valin Iron & Steel Group informaram que poderão investir em conjunto em minas de minério de ferro na Austrália, na África do Sul ou no Brasil com a intenção de contribuir para reduzir o preço da matéria-prima, utilizada na fabricação do aço.

O Hunan Valin financiará quaisquer projetos eventuais com dinheiro e empréstimos bancários, disse ontem Li Xiaowei, presidente do grupo, em conferência sobre minério de ferro realizada em Pequim. O Hunan Valin e a Arcelor Mittal detêm participações na Hunan Valin Steel Tube & Wire Co. Chen Bo, gerente da Arcelor Mittal China, recusou-se a fazer comentários.

As siderúrgicas da China, país que é o maior produtor e consumidor mundial de aço, estão buscando suprimentos externos de minério de ferro devido ao fato de sua produção interna não ser capaz de atender à demanda.

A Valin Steel Tube pretende aumentar sua produção em 11%, para 11 milhões de toneladas este ano, num momento em que a China constrói mais arranha-céus e fabrica mais eletrodomésticos.