Sudão busca equipamento para usinas

Fonte: Agência Brasil-Árabe - 25/04/07

Um grupo de representantes dos setores público e privado do Sudão está no Brasil em busca de potenciais fornecedores de equipamentos para projetos de açúcar e álcool no país africano. Integram a delegação o governador do estado de Cartum, Abdulhalim Almutaafi, o diretor de relações internacionais do governo do estado, Osama El Sayed, o gerente-geral da Arizona Roads & Bridges, Ahmed Elnour Ali, e o gerente de desenvolvimento de negócios da Kenana Engineering & Technical Services, Mohamed Atti El Makki.

Eles chegaram na segunda-feira (23) em São Paulo trazidos por Kashif Naseem, diretor de vendas da Kashif Export Company (KEC), e foram recebidos pelo embaixador do Sudão em Brasília, Rahamtalla Mohamed Osman, e pelo secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby.

A KEC é uma trading sediada em Londres que representa indústrias brasileiras como a NG Metalúrgica, empresa que fabrica máquinas e equipamentos para as indústrias de açúcar e álcool, papel e celulose, química, petroquímica e alimentícia; a Gevisa, divisão da GE que produz motores elétricos e outros equipamentos industriais; e a Renk Zanini, também fabricante de equipamentos industriais.

"O Sudão tem muito potencial na área de açúcar e álcool, com a implementação de projetos nós podemos gerar empregos, renda, desenvolvimento rural e exportações", disse Naseem. De acordo com ele, sua empresa se especializou nas indústrias de açúcar e de combustíveis renováveis em países em desenvolvimento. "Queremos espalhar a experiência do Brasil, que é onde está a melhor e mais eficiente indústria do açúcar e álcool", acrescentou.

O empresário disse que a KEC já intermediou a venda de equipamentos da NG para o Paquistão, que estão sendo instalados em uma usina de açúcar programada para estar pronta até o final do ano. Mais do que apenas fornecer o material, ele afirmou que sua companhia dá consultoria para todo o projeto. "Somos fornecedores de soluções", declarou. Segundo Naseem, a consultoria da empresa no Paquistão resultou em uma economia de US$ 5 milhões aos investidores, frente ao que estava previsto no projeto original.

No caso do Sudão, ele disse que existem pelo menos três novos projetos em estudo, sendo que o país produz hoje 900 mil toneladas anuais de açúcar em cinco fábricas, mas quer aumentar sua produção para 5 milhões de toneladas no futuro. "Alguns equipamentos aqui no Brasil talvez sejam mais caros do que em outros lugares, mas com certeza são mais eficazes", disse.

Esta é a razão da visita, mostrar aos sudaneses as vantagens do produto brasileiro. Além da NG, a delegação está visitando usinas de açúcar e álcool e outras indústrias de bens de capital. Naseem disse, porém, que um fator determinante para a opção dos sudaneses pelo Brasil serão as condições de financiamento. Segundo o empresário, eles já têm ofertas da China e da Índia com prazos que vão até 15 anos.

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