Pequenas usinas não têm impacto menor

Fonte: Agência Brasil - 25/04/07

 Nem sempre as pequenas hidrelétricas têm baixo impacto ambiental, e nem sempre as grandes têm alto impacto. A observação é do presidente substituto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Márcio Freitas.

"Existem vários casos de PCH [pequena central hidrelétrica] que tem alto impacto ambiental, assim como existem casos de usinas grandes que têm pouco impacto ambiental”, disse, em entrevista à Agência Brasil. “No caso de PCH , muitas vezes há o comprometimento de uma alça de um rio, ou de alguma situação de desvio do canal principal do condutor que também pode ser identificado como um impacto significativo".

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para ser classificada como PCH a central deve ter potência entre 1.000 e 30.000 kilowatts. Atualmente, segundo dados do Centro Nacional de Desenvolvimento de Pequenas Centrais Hidrelétricas, operam no Brasil 253 usinas desse porte, responsáveis por 1,35% da capacidade instalada das usinas em operação.

Ao ser perguntado se é possível o Brasil aumentar seu potencial energético sem comprometer o meio ambiente, o presidente substituto do Ibama disse que é impossível gerar energia sem impactar a natureza. "Nenhuma forma de geração de energia prescinde de algum tipo de impacto ambiental. Então, a questão que se coloca é qual é a viabilidade da geração de energia, frente ao custo que essa energia implica. Seja do ponto de vista ambiental, econômico ou social. Essa é uma discussão que o país tem que fazer", defendeu.

Márcio Freitas destacou, no entanto que o Brasil pode crescer e ainda assim manter a sua diversidade biológica.