Setor do aço corta ou adia investimentos de US$ 26 bi

Grandes projetos no país são cancelados, suspensos e adiados por Baoesteel, Usiminas, CSN e Gerdau

Foto: Divulgação

A retração na demanda mundial por aço já teve forte impacto nos planos das siderúrgicas brasileiras. Três grandes projetos foram suspensos ou adiados, um cancelado e outro está indefinido. Esses cinco grandes empreendimentos previam investimentos de US$ 26,7 bilhões, ou cerca de R$ 53 bilhões, conforme anúncio feito pelas empresas e projetos encaminhados ao BNDES para financiamento.

Um ano após apresentar um ousado plano de investimentos, que previa o desembolso de US$ 14,1 bilhões até 2012, a Usiminas anunciou ontem que só pode garantir agora um aporte de US$ 4,5 bilhões. Ao divulgar o balanço do segundo trimestre, com queda de 63% no lucro, o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, informou que engavetou por tempo indeterminado o projeto da usina de Santana do Paraíso (MG).

O plano previa produzir 5 milhões de toneladas anuais de placas, com investimento de US$ 6,1 bilhões. A Usiminas também tirou da conta US$ 3,5 bilhões referentes a projetos de mineração de ferro que agora serão reavaliados.

O primeiro grande projeto afetado pela crise foi o da Companhia Siderúrgica de Vitória (CSV), uma parceria entre a chinesa Baosteel e a Vale. Também previa produzir 5 milhões de toneladas de placas, mas foi cancelado em janeiro.

A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) adiou sine die os planos de construção de duas usinas. Uma em Congonhas (MG), perto da sua mina de minério de ferro de Casa de Pedra, e outra em Itaguaí, no Rio de Janeiro. O grupo Gerdau não confirma mais a instalação de outro alto-forno na Açominas, em Ouro Branco (MG).

O engavetamento de projetos levou o BNDES a reprogramar o fluxo de desembolsos para o setor. No ano passado, sua perspectiva era liberar R$ 55 bilhões entre 2008 e 2011. Hoje, prevê R$ 32 bilhões de 2009 a 2012.

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