Foto: Divulgação
Exportações do país têm pouco alcance geográfico e concentração de mercado
Dados da Câmara Nacional da Indústria de Transformação (Canacintra) indicam que 50% das máquinas e insumos usados no parque industrial do México é importado. Por isso, o setor metal mecânico tem como meta elevar o nível tecnológico e modernizar o maquinário e equipamentos.
De acordo com a Fundação para o Desenvolvimento Sustentável (Fundaes), o desenvolvimento do setor deve se dar pela substituição de importações. “Outra tendência é a integração produtiva, que pode permitir ao México alcançar uma especialização em uma ou várias estapas do processo produtivo”, diz Kenya García, especialista do Fundaes. Além de ser uma tendência, converte-se em uma oportunidade para o setor se diversificar e atender às necessidades da indústria.
Juan Manuel Chaparro, presidente de fomento industrial do setor metal-mecânico da Canacintra, analisa o dado de 50% do parque produtivo utilizar máquinas importadas. Chaparro explica que as empresas industriais normalmente são estabelecidas por empresários estrangeiros. Portanto, é necessário que se estabeleçam acordos com essas empresas por parte de autoridades e organismos mexicanos para minimizar a situação.
“Por exemplo, tanto as construtoras nacionais quanto estrangeiras poderiam criar importante demanda interna no setor nacional de manufatura se ao invés de adquirir produtos importados, tanto novos como usados, comprassem da indústria nacional”, afirma Chaparro.
Equipamentos e seus usos
Até 2007, o setor metal-mecânico do México importou mais de US$ 21 milhões em peças e componentes para máquinas, mas também outros elementos industriais – como barras de ferro, motores elétricos, refrigeradores, chaves, válvulas e partes de metal comum, transformadores, assim como motores e máquinas motrizes. As exportações chegaram a US$ 9,5 milhões – o que significa um déficit de mais de US$11 milhões.
Segundo a Fundaes, as exportações do setor metal-mecânico se caracterizam por ter alcance geográfico escasso e um mercado concentrado, limitado quase totalmente ao mercado dos Estados Unidos.
De sua parte, o Banco Nacional de Comércio Exterior (Bancomext), explica em um informe para o setor que o maquinário usado precisa de mais tecnologia de ponta, sistemas de qualidade apropriados, preços competitivos e mão de obra qualificada.
O informe acrescenta que as exportações do México para o mercado latino-americano tem sido de equipamentos e componentes de baixo nível tecnológico, principalmente em projetos de infraestrutura para a indústria petroleira, de energia elétrica, de telecomunicações, ferroviária e indústria civil.
“Apesar dos altos e baixos da economia mundial – que, sem dúvida, afetaram a atividade desta indústria – sua modernização depende de um esforço interno. Exige-se uma importante mudança com o objetivo de aproveitar as perspectivas que o setor oferece”, diz García.
MPEs e capacidade instalada
Dados de uma pesquisa recente realizada pela Canacintra entre suas empresas afiliadas indicam que 88% delas têm problemas de capacidade instalada produtiva ociosa.
De acordo com empresários consultados, é necessário trabalhar em projetos de modernização da infraestrutura, sobretudo com pequenas e médias empresas. Mais especificamente, nas áreas de equipamentos para soldagem, estabelecimento de laboratórios para testes e para a realização do Congresso Mundial de Fundições do México. Mesmo assim, ainda não há dados concretos sobre como a crise econômica afetará a indústria quanto à funcionalidade da capacidade instalada.
Para Juan Manuel Chaparro, da Canacintra, a oportunidade de aproveitar a capacidade instalada do setor está em buscar alternativas no mercado, pois existem empresas que estão exportando e pedem co-investidores para conseguir maiores fatias de mercados como o da Arábia e da China – onde estão exportando produtos feitos no México, com um grau entre 80% e 90% de integração mexicana.
“Aí vão demandar processos de soldagem, produtos de segurança industrial, processo de galvanização, etc. Este será o ponto importante se quisermos aproveitar a instalação dessas empresas”, diz Chaparro.
A atualidade
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística Geografia e Informática, a taxa de investimento fixo bruto com maquinário e equipamento cresceu 1,5% em 2008.
Os gastos com máquinas e equipamentos importados tiveram 3,9% de incremento, principalmente por compras de máquinas e materiais elétricos, aparelhos mecânicos, caldeiras e suas partes, intrumentos e aparatos de óptica e médicos, produtos de fundição de ferro, aeronave e suas partes, plástico, entre outras.
Entretanto, a taxa de investimento fixo bruto com origem nacional diminuiu em 5,1% durante novembro do ano passado em relação ao mesmo mês de 2007. Reduziram as aquisições de automóveis e camionetes, caminhões e tratores, equipamento ferroviário, carrocerias, sistemas de refrigeração industrial e comercial, maquinaria e equipamentos para a indústria de plástico, computadores e equipamentos periféricos, sistemas de ar condicionado e calefação, principalmente.
Os gastos realizados nessa atividade caíram no mesmo mês em 4,6%, em comparação ao mesmo mês no ano anterior, devido à baixa na construção de moradia, imóveis comerciais e intitucionais, plantas industriais, obras de urbanização, sistemas de distribuição e gás, entre outros.
Nos primeiros onze meses do ano passado, o Investimento fixo bruto registrou uma variação de 5,2% com relação ao mesmo período de 2007. Os resultados por componentes são os seguintes: gastos com máquinas e equipamentos aumentaram 13,3% (origem importada, 16% e nacional, 6,5%), enquanto na área de engenharia civil, foi menor em 0,2% do mesmo período.
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