Pesquisa Fiesp: Humor dos industriais melhora

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Depois de relatarem um primeiro trimestre ainda pior do que os três últimos meses de 2008, as expectativas dos industriais paulistas para os próximos seis meses indicam ligeira melhora, mas ainda estão distantes de atingirem um ponto de equilíbrio e otimismo, seja em relação à demanda, ao emprego, às compras de matéria-prima ou sobre as exportações.

Esse humor foi colhido na primeira quinzena de abril para a Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que foi divulgada com exclusividade para o Valor Online. Foram consultados 190 industriais de empresas de pequeno, médio e grande porte. O índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que revela trajetória negativa abaixo de 50 pontos e desempenho positivo acima desse patamar.

No quesito de perspectivas para a demanda nos próximos seis meses, a sondagem mostra 46,8 pontos, patamar melhor do que os 30,2 pontos apurados na sondagem referente ao quarto trimestre do ano passado. Ainda assim, a percepção ainda é negativa, assim como a avaliação sobre o número de empregados, que passou de 27 pontos para 44,2 pontos nesta edição da sondagem.

Também ficaram menos dramáticas as previsões sobre compras de matérias-primas, cujo índice ficou em 44,6 pontos no estudo atual, ante 31,3 pontos apurados no levantamento anterior.

É nas exportações, no entanto, que o viés ficou ainda mais negativo. A pontuação deste quesito passou de 40 pontos para 39,5 pontos. Não só houve uma piora como essa visão é compartilhada por indústrias de todos os portes.

Para a Fiesp, os problemas de perspectivas para as vendas externas não são um problema apenas local, já que estão relacionados com a diminuição da demanda externa, devido à desaceleração econômica desencadeada no ano passado.

Vale notar que, entre os quesitos que avaliam o desempenho do primeiro trimestre deste ano, todos apontaram piora não só frente aos três primeiros meses de 2008, mas também em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando se imaginava que o ponto mais profundo da crise tinha sido atingido. O resultado está alinhado com o divulgado pela sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na quinta-feira passada.

As análises de nível de atividade, emprego, uso da capacidade instalada registraram o pior desempenho da série histórica da Sondagem, que data de 2002. Além disso, a avaliação sobre o comportamento dos estoques mostra que na visão dos empresários o ajuste foi incompleto no período, em relação ao planejado.

No item produção, a sondagem apontou queda de 33,3 pontos no quarto trimestre para 32,9 pontos nesta edição. No confronto com o primeiro trimestre de 2008, a baixa foi de 22,6 pontos. A avaliação é pior entre pequenas empresas (27,6 pontos), mas também é baixa entre médias (34,4 pontos) e grandes indústrias (35,8 pontos).

Para o questionamento sobre emprego, o recuo total foi de 5,4 pontos do trimestre final de 2008 para o primeiro trimestre deste ano, que ficou em 36,8 pontos. Para o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), o indicador ficou em 67%. Além de ser o menor patamar histórico do indicador, é também bastante inferior aos 72% ainda observados no quarto trimestre.

O quesito estoques, de grande relevância para entender o rumo esperado para a atividade industrial, mostra que, mesmo produzindo pouco, reduzindo folha de pagamento e uso das instalações, a queima da estocagem foi parcial, embora tenha se aproximado mais do ponto de equilíbrio.

O nível de estoque efetivo, enquadrado em 58,3 pontos no quarto trimestre, passou para 49 pontos. Nesse caso, quanto menor o número mais adequado o patamar dos estoques. Quando a questão envolve o estoque efeito em relação ao nível planejado, a situação não se mostra tão confortável, a baixa foi de 60,5 pontos no trimestre final de 2008 para 52,9 pontos no levantamento sobre os primeiros três meses de 2008. Nesse último caso, o patamar é acima do desejado para todos os portes de empresas.

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