Erondi Lopes, engenheiro mecânico


O engenheiro mecânico Erondi Lopes, que tem 10 anos de experiência na indústria automotiva, tendo atuado na Robert Bosch, GT Technologies e Aksys, acredita que existem várias maneiras de otimizar a produção de ligas metálicas em fundições.

Para ele a grande questão é reduzir o custo de produção através do aumento da produtividade pelo capital já investido. Ou seja, como utilizar os fornos, dispositivos de vazamento, moldes e etc. de maneira que, com os mesmos recursos e o mesmo número de colaboradores, o lucro da empresa seja maior?

“A solução é aplicar técnicas de TPM (Total Productive Maintenance) e iniciativas Kaizen de melhoria contínua” diz Erondi. “Aplicando TPM, haverá aumento da disponibilidade do equipamento, diminuição do número de paradas e, quando houver paradas, elas serão muito mais rápidas. O resultado final da TPM bem aplicada é um equipamento que funciona muito mais tempo, sem falhar”, diz o engenheiro.

Já as iniciativas Kaizen são úteis para aumentar a produtividade através de soluções criativas. “Nesse tipo de atividade, pessoas de várias áreas envolvidas em determinado processo implementam idéias de aumento da eficiência. O mais comum nesse tipo de atividade é que soluções simples e baratas sejam encontradas, dando grandes saltos na produtividade”, defende o engenheiro.

A redução de perdas de material é outra maneira de poupar desperdício. “Matéria-prima é o maior custo em uma fundição e reduzir as perdas é a chave para a lucratividade”, diz Erondi.

As fontes de perdas devem ser localizadas. Estão perdendo matéria-prima quando o material é vazado em molde? Há muito material perdido quando há mudanças de mix de produção? Será que o produto não possui muitas rebarbas ou áreas que serão eliminadas mais tarde? Quais são as maiores fontes de refugo? Depois de localizar as fontes de perda, entram as atividades de correção do processo - tanto ações corretivas quanto preventivas.

Através do aproveitamento de sucata e reciclados pode-se poupar o uso de matéria-prima nova. Segundo Erondi, isso é uma estratégia de produção que depende da empresa. “Qual é a parcela de material reciclado que pode-se usar para os produtos que fabricam? 100%, 10%, 50%? Muitas vezes é necessário acordos com o cliente, devido a requisitos de pureza do produto”, declara o engenheiro.

Outra questão é aonde conseguir material reciclado de qualidade? “Quanto melhor se conhecer a procedência da sucata, melhor o nível de qualidade dela. Por exemplo, se o seu cliente tem sucata proveniente de um produto que você forneceu, você conhece a procedência. Controlar a qualidade desse material reciclado é um esforço muito maior do que controlar a matéria-prima virgem” complementa Erondi. O mais óbvio é a utilização do refugo produzido dentro da própria empresa, que deve ser corretamente separado por tipo de liga metálica, para que possa ser reutilizado.

No ramo metalúrgico outro fator chave é a escala-de-produção. Quanto maior o volume de produção, menos mudanças no mix de produção são necessárias e melhor é a lucratividade.

“Se uma empresa fabrica 10 produtos diferentes com 5 ligas diferentes, e mais tarde ela pode fazer os mesmos 10 produtos com 3 ligas diferentes, ela ganhou escala para estas 3 ligas. Desde que não haja grandes diferenças no custo de elemento, ela poderá negociar melhores preços com fornecedores, ter menos trocas de produto em sua linha de produção e uma facilidade na administração dos estoques” conclui Erondi, analisando ainda que a dificuldade nesse ponto é conhecer os requisitos físicos e de desempenho de cada produto e provar para o cliente que um material diferente lhe dará o mesmo (ou um melhor) resultado do que ele espera.

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