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Mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global causarão diminuição nas áreas plantadas de soja e milho. Estudos que serão apresentados na edição 2009 da feira tecnológica mostram a necessidade de adoção de sistemas de manejo que emitam menos carbono ao ambiente e de variedades mais adaptadas às transformações climáticas
Projeções dos cenários de mudanças climáticas e cenários agrícolas para os anos de 2020, 2050 e 2070 sugerem que a temperatura média do planeta pode ter um acréscimo entre 4,8° e 5,0° Celsius. Nestas condições a área plantada de soja em todo País sofreria uma redução em torno de 40% e no milho haveria uma quebra de 15%.
Essas projeções foram realizadas por um grupo de pesquisadores da Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP), e serão apresentadas durante a palestra “Impactos das Mudanças Climáticas sobre a Agricultura Brasileira”, no dia 03/04 (Dia do Meio Ambiente na Feira), no auditório principal do Centro Tecnológico Comigo (CTC), em Rio Verde (GO), dentro da programação da Tecnoshow Comigo 2009.
De acordo com o engenheiro florestal e palestrante Giampaolo Pellegrino foram analisadas nove culturas (soja, milho, feijão, café, algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca e girassol). Levou-se em consideração, para a realização do estudo, os sistemas de manejo agropecuários utilizados atualmente e as variedades que são, hoje, empregadas em campo.
“Trata-se de uma projeção. Um cenário irreal. Quer dizer, se não houver avanços em adaptação genética e a implementação de formas de manejo que emitam menos carbono, em um cenário pessimista, muitas culturas como soja e milho serão duramente prejudicadas com o aquecimento global”, explica o pesquisador.
Essas projeções servem para nortear os trabalhos de zoneamento de risco climático e as políticas públicas de destinação de recursos à pesquisa e desenvolvimento agropecuário. Com essas tendências em mãos os setores públicos e privados têm indicações de como e em que aplicar seus recursos e esforços nas áreas de melhoramento genético e sistemas de manejo.
Ao expor esses cenários aos produtores rurais que visitarão a Tecnoshow Comigo 2009, Giampaolo diz que espera criar nos participantes uma consciência sobre a seriedade dos problemas causados pelas mudanças climáticas e as necessidades de ser rever este quadro.
Giampaolo defende a adoção de técnicas de produção já conhecidas e que nasceram junto com a Revolução Verde. Muitas delas são praticadas pelos produtores brasileiros e goianos como o plantio direto, a integração lavoura e pecuária, a adubação orgânica, mas precisam ser melhor difundidas.
Para o pesquisador, o produtor tem papel fundamental nos rumos que o planeta tomará no que diz respeito ao meio ambiente. “A agricultura não é só vítima das transformações climáticas, mas também tem parcela de vilã na medida em que contribui para essas mudanças”, diz. Giampaolo acredita, entretanto, que a agricultura também pode auxiliar em muito a minimizar os efeitos negativos dessas mudanças.
Palestrante
Giampaolo Queiroz Pellegrino é engenheiro florestal graduado pela ESALQ/USP. Mestre em agrometeorologia pela mesma Universidade e doutor em águas e solo pela Unicamp. Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária para a área de mudanças climáticas.
Local: CTC – Rio Verde – GO – Auditório Principal (Anel Viário Paulo Campos, Km 7, Zona Rural)
Data: 3 de abril
Horário: 14 horas
Mais informações: www.tecnoshowcomigo.com.br