Foto: Divulgação
Grandes cidades, como Nova York e São Paulo, sempre levaram a má fama pelos problemas ambientais, porém uma pesquisa recente aponta que seus moradores geram substancialmente menos emissões de gases do efeito estufa (GEEs) do que a média nacional de seus respectivos países.
“Apesar da concentração de pessoas, empresas, veículos e lixo nas cidades ser frequentemente vista como um ‘problema’, a alta densidade e grandes concentrações populacionais também podem trazer uma série de vantagens para o gerenciamento ambiental”, afirma o estudo do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED) que será publicado em abril no periódico Environment and Urbanization.
Nova York, por exemplo, emitiu 58,3 milhões de toneladas de GEEs em 2005, cerca de 7,1 toneladas por pessoa, enquanto que os níveis per capita dos Estados Unidos foram mais que o triplo em 2004, ficando na marca de 23,92 toneladas. Segundo o relatório, a densidade dos edifícios e o uso do transporte público são algumas das razões para a grande diferença.
São Paulo e Rio de Janeiro, as únicas cidades analisadas na América do Sul, exibiram bons números em relação a média brasileira de emissões per capita, sendo as mais baixas da pesquisa. No entanto isso ocorre devido às altas taxas de desmatamento e ao enorme rebanho bovino, grandes responsáveis pelas emissões do país.
“Os reais culpados das mudanças climáticas não estão nas cidades por si só, mas no estilo de vida consumista das pessoas que vivem nos países ricos”, disse o autor do relatório, David Dodman.
O relatório analisou apenas as emissões diretas das cidades, não aquelas geradas pela produção de bens consumidos pelos residentes.
Centros “orientados para a produção” como Pequim e Xangai, que abrigam muitas fábricas de bens que serão exportados, foram as únicas cidades com emissões per capita mais alta do que a média nacional.
A diretora executiva da UN-Habitat, Anna Tibaijuka, disse que as cidades emitem entre 50% a 60% dos GEEs, crescendo para 80% se forem incluídas as emissões indiretas geradas por seus habitantes. Segundo ela, mais da metade da população mundial vive atualmente em cidades e consomem 75% da energia global.
Abaixo estão os dados das emissões de 13 cidades citadas no relatório, com o ano em que as informações foram compiladas.
Os dados totais de emissão estão em milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), enquanto as emissões per capita então em toneladas de CO2e.
Emissões de GEEs Emissões nacionais
total per capita per capita
(mt) (t) (t)
EUROPA
Barcelona (1996) 5,1 3,4 10,03 (2004)
Glasgow (2004) 12,5 8,4 11,19 (2004)
Londres (2006) 44,3 6,2 11,19 (2004)
AMÉRICA DO NORTE
Washington DC (2005) 11,3 19,7 23,92 (2004)
Nova Iorque (2005) 58,3 7,1 23,92 (2004)
Toronto (2001) 37,1 8,2 23,72 (2004)
Cidade do México(2004) 62,6 3,6 4,60 (2004)
AMÉRICA DO SUL
Rio de Janeiro (1998) 12,8 2,3 8,20 (1994)
São Paulo (2003) 15,7 1,5 8,20 (1994)
ÁSIA
Pequim (1998) N/A 6,9 3,36 (1994)
Xangai (1998) N/A 8,1 3,36 (1994)
Tóquio (1998) N/A 4,8 10,59 (2004)
Seoul (1998) N/A 3,8 6,75 (1990)
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