Six Sigma: metodologia para alcançar a sustentabilidade

A Xerox recuperou de 200 a 300% do que investiu para reaproveitar água e usar menos materiais descartáveis

Foto: Xerox do Brasil

Procurar todas as possibilidades de erro e tentar evitá-las ou minimizá-las. O perfeccionismo é uma característica da metodologia Six Sigma - criada pela Motorola há vinte anos. "Como trata de fábricas e empresas, a redução de custos e o aumento de produtividade podem parecer contrários à preservação do meio ambiente. Mas não são. Racionamento de energia, reutilização de materiais e direcionamento de resíduos sanitários contribuem tanto para a preservação quanto para o aumento de produtividade das empresas", explica José Donizetti, diretor de projetos Six Sigma da Xerox do Brasil.

Os projetos com foco na preservação ambiental surgiram dentre outros previstos pelo Six Sigma. Na fábrica em Resende - RJ, uma das preocupações era com os toners que iam para os aterros sanitários. O que poderia ser feito com esses toners de metal? Estudos da empresa procuram uma composição que permita que o toner seja adicionado à uma mistura asfáltica. Isso reduz em parte a destinação tradicional desses recipientes aos aterros sanitários.

Outra medida adotada foi abandonar, dentro do possível, o uso de materiais descartáveis e criar outros reutilizáveis. Nas linhas de montagem, os funcionários da Xerox utilizavam pedaços de pano na manufatura, além de vestirem macacões descartáveis em locais insalubres. Tanto os trapos quanto os macacões foram trocados por versões reutilizáveis.

A empresa tratava a água para reutilização, mas isso não garantia a economia: havia muito vazamento nos canos. "A economia ia, literalmente, para o bueiro", brinca Donizetti. O detalhe foi percebido por um funcionário da fábrica e logo foi elaborado um plano para diminuir o vazamento.


No parque industrial de Itatiaia, inaugurado em 2006, são realizadas também as atividades de reciclagem de equipamentos e de resíduos

Six Sigma
A metodologia criada pela Motorola é baseada em um sistema que calcula uma taxa para os possíveis defeitos de uma empresa e seus produtos e, a partir disso, tenta diminui-los até onde é possível. O cálculo leva em conta:  
  • Todos os diferentes defeitos que ocorrem em uma peça montada;
  • O número de lugares em que os defeitos podem ocorrer nessa peça;
  • Todos os passos de produção que poderiam causar um ou mais desses defeitos na peça.
A implantação do Six Sigma requer diversos treinamentos e a criação de equipes, cujos líderes são chamados de black belts e há também os green belts e os yellow belts.

Os analistas costumam indicar a adoção da metodologia Six Sigma para empresas de grande porte, pois o custo do treinamento é alto. Além disso, o Six Sigma prevê mudanças estruturais. "É necessário haver uma decisão forte no topo da empresa para implementa-lo", analisa Donizetti. O retorno, no entanto, compensa. Donizetti revela que a Xerox recuperou de 200 a 300% o que investiu desde que decidiu seguir o Six Sigma, em 2002.

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