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Diante de um cenário de retração da demanda por aço, a Usiminas encerrou o último trimestre do ano com queda de 14% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 837 milhões. Apesar da queda no lucro, a receita líquida cresceu 7% no período, para R$ 3,7 bilhões.
No ano, o resultado também foi positivo, com alta de 2% no lucro líquido, para R$ 3,2 bilhões, e receita 14% maior, de R$ 15,7 bilhões. Em comunicado, Marco Antônio Castello Branco, presidente da Usiminas, afirmou que neste momento a empresa está voltada para uma atuação de forma mais "ágil e pró-ativa aos movimentos de mercado e a nova realidade internacional".
"Nesse sentido, demos início a uma reformulação da estrutura e da cultura corporativa da companhia reforçando o compartilhamento de informações, a descentralização das decisões e o fomento ao empreendorismo interno", informou o executivo, no comunicado. A siderúrgica informou ainda que a decisão de construir uma nova usina de placas em Santana do Paraíso (MG), com capacidade de produção de 5 milhões de toneladas/ano, deve ser revista para se adequar à nova realidade de mercado.
Diante das dificuldades, a empresa está considerando implantar o projeto em duas fases com capacidade de 2,5 milhões de toneladas/ano, além de rever as especificações dos equipamentos, do cronograma e do layout. A produção de aço bruto do último trimestre foi de 1,7 milhões de toneladas, 20% menor em relação ao mesmo período de 2007. Em 2008, a produção total foi de 8 milhões de toneladas, 6% menor que no ano anterior.
A produção de minério de ferro totalizou 3,8 milhões de toneladas em 2008. A geração de caixa da siderúrgica, medida pelo Ebitda, (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), somou R$ 1,5 bilhão nos três últimos meses de 2008, ante R$ 1,2 bilhão um ano antes. A margem Ebitda subiu de 35%, no final de 2007, para 40,4% nos últimos três meses do ano passado.
Em relatório, Rodrigo Ferraz, analista da Brascan Corretora de Títulos e Valores, afirmou que os resultados da siderúrgica superaram as estimativas. "O volume de vendas, como esperado, apresentou forte redução em relação ao trimestre anterior. No entanto, houve um surpreendente aumento na receita líquida por tonelada, fato que compensou em parte a redução nas vendas", informou. De acordo com o relatório, "outro aspecto importante foi a redução dos custos de produção, que, aliado a menores despesas operacionais, ajudou a sustentar a margem Ebitda da empresa em um patamar acima de 40%".
A empresa informou também que o programa de melhoria da eficiência iniciado em 2008, que previa a redução de custos de R$ 1,2 bilhão, será intensificado este ano. Para a Brascan, o volume de produção da empresa deve ficar na faixa de 1,5 milhão de toneladas nos próximos dois trimestre, mas deve recuperar a partir do terceiro trimestre. "O ano de 2009 será um ano certamente difícil e marcado pela incerteza trazida pela crise financeira mundial", afirmou Castelo Branco, no comunicado.
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