Recicladora de alumínio em concordata nos EUA

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A crise financeira e econômica mundial forçou a recicladora e fabricante de produtos transformados de alumínio Aleris a pedir concordata de suas operações nos Estados Unidos na sexta-feira. A companhia, controlada pelo bilionário fundo Texas Pacific Group (TPG), não resistiu à queda nas encomendas por parte de seus principais clientes no país: a indústria automotiva e a construção civil. Ficaram de fora do processo as subsidiárias no Canadá, México, Brasil, Europa e Ásia.

Segundo Paulo Geraldo Correa, presidente da Aleris no Brasil, onde opera por meio de três empresas que adquiriram ativos das antigas Latasa e Imco no segmento de reciclagem, as atividades no país não sofrem nenhuma mudança. Ele assegurou que as subsidiárias locais mantêm suas operações normais. " São independentes, com geração própria de caixa " , afirmou o executivo.

Correa informou que a Aleris tem no Brasil pouco mais de 100 mil toneladas de capacidade instalada em duas unidades situadas em Pindamonhangaba (SP). O alumínio reciclado, a partir de latinhas para cervejas e refrigerantes, é todo vendido, depois de transformado em chapas na fábrica da Novelis, para produtores de latas de alumínio no país.

No ano passado, a produção brasileira de latinhas de alumínio superou 13 bilhões de unidades, conforme dados da Abralatas, entidade que reúne fabricantes locais - Rexam, Latapack-Ball e Crown - e fornecedores como Aleris.

Além das duas unidades que transformam a sucata em metal líquido, a Aleris dispõe de 12 centros de coleta de material (latas) espalhados no país. Segundo Correa, a empresa vem operando no Brasil no nível de sua capacidade, pois a demanda por latas manteve-se aquecida. " Em volume não sentimos queda, mas sim em termos de margem por conta da queda de preço do alumínio no mercado internacional. Nossa referência é a cotação na Bolsa de Londres " .

O pedido de concordata da Aleris nos EUA contou com uma injeção de capital de US$ 500 milhões de dois novos investidores - os fundos Oaktree e Apollo - e uma linha de crédito de US$ 575 milhões para poder se reestruturar e manter-se operacionalmente.

A Aleris foi adquirida pelo TPG em 2006 por US$ 3,3 bilhões, incluindo dívidas. Até setembro, ela obteve receita de US$ 4,85 bilhões (50% nos EUA), com prejuízo de US$ 194 milhões no período.

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