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O vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (lBS), Marco Polo de Mello Lopes, afirmou ontem não ter informação sobre possíveis demissões no setor em razão da crise internacional. O que eu tenho de informação no IBS é que, com as paralisações [de equipamentos], houve readequação e realocação de pessoal. Você tem férias coletivas, inclusive dos grupos ligados aos equipamentos em manutenção, mas não tenho indicativo de demissões.
Já o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) , Benjamin Steinbruch, afirmou na saída de reunião com o presidente Lula, que não descartava demissões devido crise. Agente tem que cuidar das empresas, a gente tem que cuidar dos empregos, mas a gente tem que ser realista, disse empresário. A avaliação dos executivos do setor siderúrgico ê de que a crise que começou nos Estados Unidos e se estendeu para as economias reais, repercutindo sobre os mercados internos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, tem um prazo de duração.
Lopes chamou a atenção para um fator importante que distingue o Brasil das economias que já estão em recessão, como Japão, os países da União Européia e os Estados Unidos. Esse fator é o mercado interno.
Esse mercado interno precisa ser preservado, por meio de medidas de incentivo ao consumo, pela aceleração das obras de infra-estrutura.
"A gente não pode, neste momento em que você tem economias em recessão, aumento do protecionismo e desvio do comércio, continuar com alguns aços, por exemplo, com alíquota zero. Isso é de uma ingenuidade monumental", criticou.
Segundo o vice-presidente executivo do IBS, as medidas anunciadas pelo governo para estimular o crédito e o consumo devem contribuir para dar novo fôlego aos setores consumidores de aço no País e, com isso, sinalizar para a continuidade de crescimento do setor siderúrgico. "Sem dúvida nenhuma, são medidas que podem ajudar porque crédito é um problema hoje vital e emergencial e ligado diretamente ao que seria a sustentabilidade do mercado interno, que é um fator diferencial que o País tem em relação às economias que já estão em recessão", comentou Lopes.
Desempenho positivo
O setor siderúrgico vive, atualmente, um momento de expectativa. Dados acumulados até outubro mostravam melhorias no desempenho em relação ao ano passado. Mas, a percepção do empresariado é que a partir de novembro começou a ocorrer uma desaceleração acentuada' afirmou Mello Lopes.
Ele observou, porém, que o ano de 2008 ainda deverá fechar positivo. Por mais que em dezembro você tenha a manutenção dessa tendência de desaceleração, o ano de 2008, como um todo, foi muito bom para o setor. Apesar disso, Lopes afirmou que as metas estabelecidas não serão alcançadas. O IBS efetuou correções nas projeções feitas em agosto passado, mas o vice- presidente executivo da entidade alertou que elas não são definitivas e poderão sofrer novos ajustes.
O crescimento previsto agora para a produção de aço bruto é de 1,1% em relação a 2007. "Estamos falando em 34 milhões de toneladas, quando chegamos em agosto a estimar uma produção de 36,3 milhões de toneladas".
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